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Empresas públicas patrocinam turnês de Caetano Veloso e Gilberto Gil; veja valores
Artistas lideraram protestos contra a anistia e contra a PEC da Blindagem no último domingo

Os cantores e compositores baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil foram destaque no último domingo (21), ao liderarem, ao lado de Chico Buarque e Djavan, um protesto em todo o Brasil, contra a chamada PEC da Blindagem e contra a anistia aos acusados de tentativa de golpe de Estado.
Boa parte da direita brasileira, porém, aponta que os artistas possuem interesses financeiros ocultos por trás de suas atuações políticas. O burburinho aumentou após a revelação, por parte do jornalista Pablo Reis, da TV Aratu, de que Caetano Veloso foi beneficiado por um patrocínio milionário do Banco do Brasil em sua última turnê, ao lado da irmã Maria Bethânia.
De acordo com dados verificados no portal de transparência do Banco do Brasil, a turnê de Caetano e Bethânia recebeu R$ 16,5 milhões em patrocínio, entre agosto de 2024 e maio de 2025.
O bahia.ba também verificou em documentos públicos que a turnê atual de Gilberto Gil, anunciada como a última de sua carreira, recebeu R$ 3 milhões em patrocínio do Banco do Brasil, além de outros R$ 4 milhões dos Correios.
O Banco do Brasil é uma empresa de economia mista, que possui o Estado como seu principal acionista, mas que também possui ações com entes privados. Já os Correios são uma estatal, com controle absoluto do governo federal, considerado um dos principais interessados nos protestos do último domingo.
Os patrocínios costumam ser utilizados por empresas como um investimento em visibilidade. Ou seja: quanto maior é o evento patrocinado, maior é a possibilidade de retorno do valor investido.
No caso dos Correios, o patrocínio à turnê de Gilberto Gil foi justificada pelo público estimado de 800 mil pessoas na totalidade dos shows, realizados em várias cidades do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa.
No que fez em Salvador, em março deste ano, Gil levou 53 mil pessoas à Arena Fonte Nova. Uma nova apresentação está agendada para o próximo dia 20 de dezembro.
A turnê de Caetano e Bethânia também foi considerada um sucesso de público, lotando diversos estádios de futebol e casas de shows pelo Brasil. Em Salvador, os irmãos levaram 90 mil pessoas às apresentações na Arena Fonte Nova, sendo 52 mil na primeira, em novembro de 2024; e 38 mil na segunda, em fevereiro de 2025.
Histórico de militância
Caetano e Gil possuem um longo histórico na música popular do Brasil, mas também de militância política. Engajados, eles começaram suas carreiras em meio à ditadura militar e chegaram a ser presos por dois meses, entre dezembro de 1968 e fevereiro de 1969.
Os dois, que moravam em São Paulo, foram presos no Rio e, quando libertados, foram obrigados pelos militares a retornar para Salvador, onde ficaram proibidos de fazer aparições públicas.
Posteriormente, os dois, amigos desde a juventude, foram orientados a deixar o país pelos militares, sob ameaça de nova prisão. O exílio foi cumprido em Londres até 1972, quando receberam autorização do governo para retornar ao Brasil.
Gilberto Gil chegou a ser vereador de Salvador entre 1988 e 1992, depois de ter tentado emplacar sua candidatura a prefeito da cidade. Caetano Veloso, apesar de nunca ter se arvorado eleitoralmente, mantinha posicionamento crítico frente à política baiana, batendo de frente constantemente com o ex-governador Antônio Carlos Magalhães, o ACM.
Constantemente, tanto Caetano quanto Gil se posicionam politicamente, tentando mobilizar seus admiradores para a participação política. Mais identificados com o espectro de esquerda, os artistas não surpreenderam quando se posicionaram contra a PEC da Blindagem e contra a anistia, duas pautas que foram amplamente apoiadas pela direita.
A irmã de Caetano, Bethânia, também favorecida pelo patrocínio do Banco do Brasil à turnê, não se fez presente nos protestos de domingo, mantendo coerência com seu histórico político discreto.
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