Publicado em 23/05/2019 às 09h13.

O cara faz piada e os imbecis gritam ‘mito’, diz Lobão sobre apoiadores de Bolsonaro

Em entrevista à Folha, o cantor voltou a criticar o presidente, a quem deu seu apoio nas eleições de 2018: "Chamar estudante de massa de manobra é coisa de imbecil"

Redação
Foto: Reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter

 

Há anos fazendo mais barulho com suas opiniões políticas do que com sua música, o rockeiro Lobão voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro (PSL), a quem manifestou o seu apoio nas eleições de 2018. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, ele falou sobre a “falta de habilidade do capitão” no governo, e discordou das falas contrárias ao movimento de estudantes contra o corte de verba do Ministério da Educação (MEC).

“O cara faz piada com tamanho do pau de japonês e os imbecis gritam ‘mito’ e tal. Esse cara não me representa. Com a minha história, não posso ficar calado com tanta grosseria e burrice”, diz Lobão.

Chamado de “traidor” pelos simpatizantes de Bolsonaro, Lobão argumenta que não tem “vínculo passional” com nenhum político e não se incomoda, já que também foi acusado de traição por petistas, antes de se virar contra o partido.

“Estão me chamando de traidor agora? Isso já aconteceu antes comigo, em relação ao PT. Esse país é uma várzea! Político para mim é um funcionário que você elege e pode te decepcionar. Não tenho vínculo passional. Não tenho time de futebol, vou ter partido político?”

Antipetista declarado, e contra as leis de incentivos fiscais para a cultura, Lobão diz que sua carreira não foi afetada por sua oposição ao governo do PT, e que seu isolamento na carreira nos últimos anos foi por não se submeter aos “mecanismos do mercado”.

“Ser artista de esquerda ou de direita não muda muito no Brasil. O que você precisa é concordar com os mecanismos do mercado, e eu não concordo.”

Sobre os ataques pessoais sofridos por causa dos seus posicionamentos, ele diz que é algo que “todo mundo” passa, inclusive com ameaças de morte. Mas entende que muitas vezes o limite é ultrapassado, e reconhece até quando ocorre com um de seus desafetos, como é o caso do baiano Caetano Veloso.

No ano passado, haters passaram a chamar o compositor de pedófilo, por ter se relacionado com Paula Lavigne quando ela era menor de idade, e ele já com mais de 40 anos.

“Esse ataque é uma vergonha. Veio num momento em que ele estava lançando uma turnê com os filhos que tem com Paula Lavigne. Eu sempre fui um adversário do Caetano, todos sabem, mas tive vontade de defendê-lo. Ele e ela se casaram, são amigos até hoje, ela é sua empresária. Foi uma difamação, como se ele fosse comedor de neném. Uma crueldade sem tamanho”.

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