ÀTTØØXXÁ: ‘Nós estamos mais pela música do que pela premiação’
Apesar de terem conquistado a Música do Carnaval em 2018 com a canção 'Elas Gostam (Popa da Bunda)', o grupo não faz do título uma questão prioritária
“ÀTTØØXXÁ tá na casa homi”. Se para criar as Meninas Superpoderosas foi necessário “açúcar, tempero e tudo que há de bom”, além é claro, do elemento X, para a criação do projeto ÀTTØØXXÁ, comandado por Rafa Dias, Raoni, Oz e Chibatinha, os ingredientes podem ser facilmente substituídos, em uma analogia à chef Bela Gil, pela união do pagode com a música eletrônica, tendo o swing que só se encontra na Bahia como o elemento X.
Revelação do Carnaval 2018 com a música ‘Elas Gostam (Popa da Bunda)’, uma canção original da banda lançada em 2016 e que um ano depois contou com uma versão em parceria com Psirico, o grupo provou que o sucesso vai além de um hit. Vide ‘Tá Batenu’, ‘Caixa Postal (Tum Tum)’, ‘Mete Dança (Baile de Preto)’ e a aposta do verão, ‘Chora Viola’, em parceria com os pernambucanos MC Tocha e Omulu.
Consagrados no cenário alternativo da música baiana, com edições esgotadas do ensaio de verão ‘Ta Batenu’ e grande procura nas festas ‘BAILAUM BLACK BANG’, os fãs já puderam ter uma noção do que vem por aí em mais um ano de folia, mas os curiosos continuam se perguntando: o que a “banda do popa da bunda está preparando para este ano?”.
Para sanar as dúvidas, o bahia.ba bateu um papo com o grupo que foi além das expectativas para o Carnaval e contou um pouco sobre o que está por vir em 2019.
Vocês sentem uma pressão maior em 2019 após ‘Elas Gostam (Popa da Bunda)’ ganhar como música do Carnaval em 2018?
Raoni: Eu acredito que desde o nosso primeiro Carnaval, que foi no ano passado, a gente já não pensava muito nesta questão de fazer uma música para o Carnaval ou fazer uma música que fosse competir com outras canções. Porque para a gente o Carnaval é uma soma, todos os artistas que estão ali vão fazendo as suas canções e englobando de um modo geral a festa a cada ano. Claro que todo mundo sonha em ser visto, mas a gente levou com naturalidade. Trouxe reconhecimento para a banda. Então acredito que nessa mesma tendência que foi o ano passado a gente vem fazendo o nosso trabalho e somando com as outras bandas e as outras músicas que estão na festa. Nós estamos mais pela música e pela arte em si, do que pela premiação.
Como vocês estão se preparando para o Carnaval?
Oz: A gente não tem aquela coisa de se preparar muito. Tem os ensaios e as festas, mas a gente deixa que as coisas aconteçam e que elas saíam naturalmente. Nós já temos uma maturidade para chegar lá e saber o que temos que fazer. Então eu espero que só fluam coisas boas.
Além do Furdunço, o ÀTTØØXXÁ vai participar de um projeto no circuito Dodô com o Tropkillaz e o Major Lazer. Como está a expectativa da banda para o desfile?
Rafa: Particularmente eu que sou da música eletrônica, vejo Major Lazer desde quando eu comecei a brincar ali com o software de fazer música. E já vi que ele vai trazer a equipe dele, então a gente bolou um triozão, que é todo mundo junto ali, revezando, sem parar a música. Vamos trazer um pouquinho dessa música eletrônica para o Carnaval, né? Porque de vez em quando rola um pouquinho ali, um pouquinho aqui, mas nunca uma coisa grande assim. Eu acho que vai ser bem legal e vai colar muita gente nesse dia do Carnaval, vai ser um dia histórico.
E o que o ÀTTØØXXÁ está preparando para o pós-Carnaval?
Oz: Nós estamos preparando o pós-Carnaval desde o tempo que a gente queria tocar no Carnaval (risos). Mas é isso. Estamos participando de vários festivais e neles nós estamos aproveitando para criar nossas coisas. Tá sendo bem legal.
Recentemente vocês compartilharam um clique com o cantor colombiano J Balvin nas redes sociais. A foto foi só um encontro de aeroporto ou tem coisa boa vindo por aí?
Rafa: Nunca se sabe né, vamos deixar no ar aí… A história vai dizer…
Falando em parcerias, vocês fizeram uma com Lucy Alves no ano passado. Como surgiu esse convite?
Rafa: A gente tem sempre passado por festivais no Brasil inteiro, então vira e mexe a gente se bate ali antes de entrar no palco. A gente fez uma participação com ela agora em dezembro la no Rio de Janeiro. É uma queridona. A gente trouxe ela, bateu um papinho e ficamos no “vamos fazer uma música, vamos fazer uma música”, a gente fez uma música e ainda fez outra.
E no CD de vocês, quando sai a parceria com ela?
Rafa: Então… Eu não gosto de dizer nada (risos). Deixa que a história vai contar…
Existe algum artista que vocês ainda não colaboraram, mas sonham em cantar junto?
Rafa: Tá vindo coisa por aí, esse ano a gente já fez o nosso projeto de verão (Tá Batenu). Já fizemos uma música em parceria com MC Tocha, que é um parceirão lá de Recife, da bregadeira lá, e também com Omulu, que um dos expoentes do funk lá. A gente sempre tenta fazer essa coisa de feat, de parceria mesmo, que é a coisa do “&”, tipo Psirico & ÀTTØØXXÁ, como uma soma. A gente gosta de realmente somar nosso trabalho, receber um pouquinho da visão dos outros, sobre o nosso som. E a ideia é essa, fazer arte, fazer música e fazer o que a gente se amarra em fazer.
Raoni: Tem vários artistas que a gente gostaria de colaborar
Rafa: Mas esse ano tá vindo um aí, que a gente já vem alinhando e vai sair…
Onde encontrar o ÀTTØØXXÁ: Antes de cair de cabeça na folia momesca que tem início oficial no dia 28 de fevereiro, o grupo realiza a última edição da festa ‘Ta Batenu’ no Largo Quincas Berro D’Água no dia 22 de fevereiro, nesta sexta, às 21h. Os ingressos para o show estão à venda no site Sympla e custam R$ 40, a inteira no terceiro lote.
A banda também foi confirmada como uma das atrações que irão desfilar no Furdunço, que acontece no domingo (24), no circuito Orlando Tapajós, que vai da Ondina para a Barra, fazendo o percurso inverso ao que é feito no Carnaval.
No dia 5 de março, o ÀTTOOXXÁ puxará um trio sem cordas no circuito Dodô (Barra-Ondina) ao lado dos DJs Major Lazer e Tropkillaz. O projeto da MAP Brasil, anunciado por Pedro Tourinho, promete uma experiência única para os foliões e para o grupo baiano, já que os três irão tocar ao mesmo tempo em uma grande colaboração musical.
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