Carnívora, Marcelle não vê contradição: ‘questão de cadeia alimentar’
Vereadora eleita pela causa animal diz que Ana Rita ‘não tem nada a acrescentar’, promete lutar até pelos pombos, mas admite comer carne: ‘Contraditório é usar pele de bicho’
Terceira vereadora mais bem votada de Salvador na eleição de 2016, com 15.727 votos, a estudante de odontologia Marcelle Moraes (PV) tem apenas 24 anos de idade, oito deles dedicados, segundo ela, à proteção animal.
Estreante na Câmara Municipal, a legisladora promete defender o “legado” deixado pelo seu irmão, o deputado estadual Marcell Moraes, e se dedicar prioritariamente à causa. “São 43 vereadores. Pelo menos um tem que dar voz aos animais. Eu deixo as outras causas para os outros 42 vereadores”, afirmou, em entrevista ao bahia.ba.
Assim como o parente político, a verdista já vai entrar na Casa com um desafeto, a vereadora reeleita Ana Rita Tavares (PMB), que travou diversas batalhas, inclusive judiciais, com o parlamentar, o qual acusava de ser “oportunista” e de ter “plagiado” a sua campanha em 2012, por posar para fotos abraçado com um cachorro. “Eu costumo dizer que eu só quero me aliar a pessoas boas. Pessoas que venham me fazer crescer, que venham a complementar, e Ana Rita não tem nada a me acrescentar. […] Tenho certeza que não vai haver nenhum tipo de relação”, prometeu.
Ao contrário de Ana Rita, que vê no vegetarianismo um dos pontos de atuação da causa animal, Marcelle assume que come carne e nega que a sua dieta seria um ato antagônico à sua bandeira. “Contraditório é você ser protetor de animais e usar pele de bicho. […] Eu admiro muito quem é vegetariano, vegano, mas eu sou carnívora e acredito que seja uma questão mesmo de cadeia alimentar”, argumentou, ao emendar sobre os mal tratos promovidos pela indústria dos alimentos: “Isso não quer dizer que o meu comportamento, de ser carnívora, eu seja errada. O maltrato é deles, não é meu”. Ela define os protetores como “todo aquele que chega, sai de casa, tira um pouco do seu tempo, põe um pouquinho de água para o animal que está na rua”.
Integrante da bancada governista, a nova edil promete ainda utilizar o mandato para defender todas as espécies e se diz capaz até de promover um abraço em praça pública para evitar que a prefeitura combata os pombos como se fossem uma praga. “O pombo é um animal também. O pombo sente dor, sente fome, sente frio, assim como nós”, definiu.
Outra briga que ela irá comprar com o prefeito ACM Neto (DEM) é em relação à proibição do uso de aplicativos de transporte individual. “O Uber, mesmo, eu acho que é superválido. […] Você se sente até mais seguro do que pegar um táxi, algumas vezes. […] Eu acho que […] o prefeito vai ceder nesse aspecto. Até porque o prefeito ACM Neto é um prefeito jovem, é um prefeito que visa sempre o crescimento da cidade, novas alternativas, até deslocamento, né? Tem a questão do engarrafamento e tal… Tenho certeza que ele vai repensar sobre isso”, apostou.
Confira a entrevista na íntegra:
bahia.ba – A senhora, até então, era uma figura desconhecida da política e foi a terceira vereadora mais bem votada da capital baiana. Te surpreendeu a quantidade de votos?
Marcelle Moraes – Não. Não me surpreendi com a quantidade de votos, que foi fruto de um trabalho que já tem sido realizado há oito anos. Talvez eu não seja conhecida na área da política, mas na área de proteção animal, de voluntariado, eu sempre estive muito presente. Sempre estive muito nas ruas de Salvador. Então, não foi uma surpresa. Fiquei muito feliz, muito emocionada, claro, porque esse é o reflexo de um trabalho.
.ba – A senhora é uma das oito mulheres eleitas para o Legislativo. O seu objetivo é priorizar apenas a causa animal ou pretende também defender a causa feminina?
MM – Eu fui eleita para defender os animais, então eu vou continuar com essa causa, que eu já atuo há algum tempo. São 43 vereadores. Pelo menos um tem que dar voz aos animais. Eu deixo as outras causas para os outros 42 vereadores. Eu tenho certeza que, se cada um defendesse uma causa específica, a gente ia conseguir progredir muito mais.
“São 43 vereadores. Pelo menos um tem que dar voz aos animais. Eu deixo as outras causas para os outros 42 vereadores.”
.ba – A senhora é feminista?
MM – Sou. Não me considero a palavra ‘feminista’, mas sim, eu acredito no direito das mulheres. Quer dizer, eu luto, claro, pelos meus direitos. Inclusive, a inserção da mulher na política é uma prática feminista, né, visto que já aumentou bastante, se eu não me engano foi 60% lá na Câmara, e a gente tem que lutar cada vez mais pelos nossos direitos. Direitos iguais e não direitos a mais.
.ba – A senhora deu uma declaração recente à Rádio Metrópole que gerou polêmica, de que a questão dos moradores de rua também seria uma causa para os demais vereadores, porque a sua específica seria somente a dos animais. Se arrepende de ter feito tal afirmação ou é isso mesmo?
MM – Não. É isso mesmo. A minha bandeira é a bandeira animal. É a bandeira que eu defendo, é o trabalho que eu já faço. Claro que um vereador é um vereador de Salvador e existem diversos tipos de trabalhos, de projetos, que a gente vai fazendo ao longo do tempo, mas, como falam, o meu carro-chefe é a bandeira animal e é essa que eu vou estar de frente. Se existirem alguns outros tipos de projetos que eu possa estar ingressando, claro que a gente vai estar fazendo. Com isso eu não quis dizer que eu vou deixar de lado os moradores de rua, muito pelo contrário. Eu faço trabalho voluntário já há algum tempo também na questão social mesmo. É algo mais de cunho pessoal, e não de cunho profissional. Mas o meu carro-chefe na Câmara Municipal é a questão animal.
.ba – Na Câmara Municipal, vários projetos de lei são votados. Como atuará Marcelle em relação a outros temas como, por exemplo, regulamentação do Uber, Escola sem Partido, Plano de Educação etc?
MM – Enfim, eu acho que tudo que eu possa agregar e acrescentar positivamente na sociedade é válido. O Uber, mesmo, eu acho que é superválido. Eu acho que a gente estava precisando desse recurso e traz mais segurança até para o cidadão, né, já que quando você pede Uber você vê a foto do motorista. Você se sente até mais seguro do que pegar um táxi, algumas vezes.
.ba – A senhora já usou Uber?
MM – Eu já usei Uber.
.ba – Mas o prefeito ACM Neto…
MM – Não aqui em Salvador. Aqui em Salvador eu ainda não tive a oportunidade de usar. Usei em São Paulo, quando fui a trabalho há um tempo, e gostei muito.
“O Uber, mesmo, eu acho que é superválido. […] Você se sente até mais seguro do que pegar um táxi, algumas vezes.”
.ba – A senhora votaria, então, favorável à regulamentação do Uber?
MM – Com certeza, com certeza.
.ba – A senhora fará parte da base aliada e o prefeito ACM Neto já disse que não vai regulamentar o Uber em hipótese alguma. Só se for obrigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entrevistamos recentemente o Alexandre Aleluia, que é do DEM, e ele também se mostrou favorável. A senhora acredita que, com a nova legislatura, com figuras novas, o debate poderá voltar à tona no Legislativo?
MM – Ah, com certeza, com certeza. Eu acho que [no caso do] o Uber, por um período, ele acabou sendo um pouco pressionado, mas eu acho que o prefeito vai ceder nesse aspecto. Até porque o prefeito ACM Neto é um prefeito jovem, é um prefeito que visa sempre o crescimento da cidade, novas alternativas, até deslocamento, né? Tem a questão do engarrafamento e tal… Tenho certeza que ele vai repensar sobre isso.
.ba – Como integrante da base do prefeito ACM Neto, a senhora pretende ser uma vereadora mais independente ou irá seguir totalmente as ordens da bancada governista?
MM – Eu acho que a palavra ‘seguir ordem’ é algo muito pesado. Eu acho que a gente vai tentar andar de mãos dadas. Claro que eu sempre vou estar de mãos dadas com o prefeito ACM Neto e também com o meu irmão, que é o deputado Marcell Moraes, mas a gente vai tentar conviver em uma harmonia. Imposição não leva ninguém a lugar nenhum. Eu acho que andar de mãos dadas, em uma harmonia, em uma sintonia de equilíbrio, é isso que vai acontecer.
.ba – A senhora falou de Marcell Moraes, eu o conheço há algum tempo, e ele não era da causa animal. Era da ONG Germen, foi para o Grupo Ecológico Amigos da Onça, o Geamo, que cuidavam mais da questão de parques e flora, e só depois migrou para a causa animal. A senhora falou que tem oito anos que atua especificamente na causa animal. A senhora atua somente com a causa animal ou também, assim como Marcell, tem uma atividade em relação ao meio ambiente mais ampla?
MM – Eu acho que você falou uma coisa um pouco equivocada. Marcell sempre foi da causa animal, também, porque a gente vive em um meio único. Então, não existe abstrair só o meio ambiental ou só a parte animal. A gente vive em um conjunto correlacionado. Marcell sempre teve essa atuação bastante até incisiva na causa animal. Você pode até relembrar a atuação dele no Circo Portugal…
.ba – Para retirar os elefantes…
MM – Enfim, teve alguns fatos bem marcantes e, sim, a gente vai estar atrelada à questão ambiental porque são causas que estão correlacionadas e têm que andar sempre juntas.
“Eu costumo dizer que eu só quero me aliar a pessoas boas […] e Ana Rita não tem nada a me acrescentar. […] Tenho certeza que não vai haver nenhum tipo de relação.”
.ba – Ainda sobre Marcell, a senhora vai ter uma colega de bancada que é Ana Rita Tavares. Ela atacou o seu irmão por várias vezes, disse que a causa dele seria oportunista, justamente por ele não era protetor dos animais até a eleição de 2012, ao contrário dela, que ele teria plagiado a campanha dela, com imagens de bichos no colo etc e tal. Inclusive saiu do Partido Verde em função disso. Como a senhora pretende lidar com Ana Rita? Acredita que vai ter mais sucesso em manter uma boa relação com ela na Câmara do que Marcell?
MM – Eu acho que as afirmações dela são totalmente equivocadas e eu não vou ter nenhum tipo de relação com Ana Rita. Eu costumo dizer que eu só quero me aliar a pessoas boas. Pessoas que venham me fazer crescer, que venham a complementar, e Ana Rita não tem nada a me acrescentar. Então, acho que não vai haver relação alguma. Acho não, tenho certeza que não vai haver nenhum tipo de relação.
.ba – Se não fosse o seu irmão, quem seria Marcelle hoje?
MM – Seria protetora de animais da mesma forma, a mesma Marcelle. Muita gente me pergunta, ‘Marcelle, o que mudou na sua vida?’ e eu digo que absolutamente nada. Eu sou a mesma pessoa. Eu acho que um cargo político só muda a sua atuação perante a sociedade, mas a sua essência deve continuar a mesma. A minha vai continuar, com certeza.
.ba – Marcell, ainda no meio do mandato de vereador, tentou a Assembleia Legislativa. A senhora também pretende elevar a sua atuação política para outras esferas, como o parlamento, por exemplo?
MM – Eu acho que um passo de cada vez. Hoje eu fui eleita para ser vereadora de Salvador e pretendo continuar…
.ba – Cumprir o mandato…
MM – Cumprir o mandato. Coisas futuras, eu acho que no decorrer do tempo… Eu gosto de chegar até onde o meu braço alcança. Eu tenho muito os pés no chão, então é dessa forma que eu quero levar o meu mandato e em qualquer coisa que eu venha a atuar, trabalhar, enfim.
“O pombo é um animal também. O pombo sente dor, sente fome, sente frio, assim como nós.”
.ba – A sua atuação vai ser mais voltada para cães e gatos ou também para outras espécies, como os pombos que residem na área da Câmara e da Prefeitura, que combateu e tratou por muito tempo as aves como praga? Qual vai ser a postura de Marcelle em relação aos pombos, por exemplo?
MM – Proteger, com certeza. O animal não é só cão e gato. Animal são todas as espécies: o cão, o gato, o cavalo, o pombo, e eu não vou, de forma alguma, combater. Isso não existe. O pombo é um animal também. O pombo sente dor, sente fome, sente frio, assim como nós. Vou proteger todos os animais.
.ba – Mesmo que esses animais transmitam doenças? Se houver uma medida da Prefeitura de exterminar o que eles chamam de ‘peste’, a senhora vai se opor? É capaz de convocar um grupo para dar um abraço na praça?
MM – Com certeza, com certeza. Eu acho que o protetor de animal sempre vai estar a favor do animal e vai lutar pelo bem estar deles para que a gente possa viver em harmonia com a sociedade, buscando alternativas. Eu acho que exterminar não é uma alternativa viável. Quando o seu filho está doente, por exemplo, você extermina? Você não extermina. Então, é assim que a gente tem que começar a pensar, como um meio único.
.ba – A senhora é vegetariana?
MM – Não. Não sou vegetariana.
.ba – O que a senhora achou do projeto que Marcell chegou a apresentar na Câmara, e não foi aprovado, chamado ‘Segunda-Feira Sem Carne’, que pretendia proibir os restaurantes de vender alimentos derivados de animais em um dia da semana?
MM – Bom, ele não obrigou. No projeto de lei dele deixa bem claro que é como se fosse uma sugestão. Eu acho que toda a sugestão é válida. Eu, particularmente, sou carnívora e eu acho que uma sugestão de ter uma segunda-feira sem carne, por que não? Sugestão é uma sugestão. Ninguém é obrigado a fazer nada. Aceita quem quer, acata quem quer. Então, eu concordo com o projeto de lei dele.
.ba – Ser carnívora e defensora dos animais não é um antagonismo?
MM – Não, eu não acredito que seja um antagonismo, porque isso é uma questão de cadeia alimentar.
“Contraditório é você ser protetor de animais e usar pele de bicho. […] Eu admiro muito quem é vegetariano, mas eu sou carnívora e acredito que seja uma questão mesmo de cadeia alimentar.”
.ba – Mas a indústria da carne maltrata os animais.
MM – Eu acredito que seja uma questão de cadeia alimentar. Contraditório é você ser protetor de animais e usar pele de bicho. Isso sim é contraditório, porque você está usando da sua beleza e buscando a estética pela estética. Mas comer carne é uma questão de ser humano mesmo. A gente precisa. Eu admiro muito quem é vegetariano, vegano, mas eu sou carnívora e acredito que seja uma questão mesmo de cadeia alimentar.
.ba – Mas se a senhora chegar até o Congresso Nacional? A grande indústria dos alimentos, toda ela, maltrata os animais. A vitela, por exemplo, é filhote de boi. Tem cortes que, para ficarem na textura ‘correta’, os animais são confinados em um cercado para não se movimentarem, senão a carne fica muito fibrosa. Há pintos que, à base de hormônio, são transformados em frangos para o consumo em 40 dias. Tem casos internacionais como foie gras, na França, em que o ganso precisa ter o fígado inflamado para o patê ter a cremosidade exata. Tudo isso não faz parte também de uma causa animal?
MM – Esse tipo de comportamento deles, para mim é errado. Mas isso não quer dizer que o meu comportamento, de ser carnívora, eu seja errada. O maltrato é deles, não é meu.
.ba – Mas a senhora, como parlamentar, tem obrigação de fiscalizar também essas empresas.
MM – Pronto. Vou fiscalizar, mas isso não quer dizer que a minha atitude seja errada. A atitude errada é deles e eu vou cobrar deles. É assim que funciona.
.ba – O que a motivou a entrar na política?
MM – O que me motivou a entrar na política foi o trabalho que eu já realizo há oito anos, a possibilidade de ampliar essa causa e de continuar o legado deixado por Marcell, porque, quando ele saiu para a Assembleia, ficou faltando um verdadeiro representante da causa animal lá na Câmara. Então, eu acho que a gente veio para somar e trazer cada vez mais inovações para a causa animal.
.ba – De que forma a senhora pretende inovar e conquistar mais respeito à causa animal?
MM – Bom, eu estou deixando um pouco essas novidades para o dia 1º de janeiro, porque a gente tem muitos projetos. A gente está elaborando aos poucos, mas com certeza a primeira coisa que eu vou fazer é cobrar assiduamente do prefeito um hospital público. A gente precisa da ampliação do Castramóvel, porque um Castramóvel só não é suficiente para os 200 mil animais abandonados na cidade de Salvador. Duzentos mil abandonados, fora os que têm tutor. Então, a gente precisa realmente começar a pensar na questão animal como uma questão de saúde pública e de interligação com todo o meio que a gente vive.
.ba – Não pode adiantar nenhum projeto?
MM – Não. Eu estou deixando o suspense para o dia 1º de janeiro (risos). Vocês vão ver muitas novidades. Uma pessoa extremamente atuante lá na Câmara Municipal.
“Protetor é todo aquele que chega, sai de casa, tira um pouco do seu tempo, põe um pouquinho de água para o animal que está na rua, todo aquele que resgata um animal.”
.ba – A senhora optou por fazer faculdade de Odontologia. Por que não tentou algo como Biologia ou Medicina Veterinária?
MM – Na verdade, eu não tenho bem uma resposta quanto a isso. Eu sempre gostei muito de Odontologia também. Eu acho que uma coisa só tem a agregar à outra. Para você ser um protetor, não precisa ser um veterinário. Protetor é todo aquele que chega, sai de casa, tira um pouco do seu tempo, põe um pouquinho de água para o animal que está na rua, todo aquele que resgata um animal. Então, um protetor para mim é isso. Não tem nada a ver com profissão. Você pode ser engenheiro e pode ser um protetor de animal.
.ba – A senhora já se formou em odontologia?
MM – Não. Não me formei, não. Tranquei e retorno agora no próximo semestre.
.ba – Vai dar para conciliar a faculdade e o mandato na Câmara?
MM – Com certeza, com certeza. Eu sempre gostei muito de estudar, tenho uma facilidade de aprender, então, acho que dá.
.ba – Qual mensagem a senhora deixa para o povo soteropolitano? O que o eleitor que votou e confiou em Marcelle Moraes pode esperar nos próximos quatro anos do seu mandato na Câmara Municipal de Salvador?
MM – Primeiramente, eu queria agradecer pelos quase 16 mil votos, porque realmente foi uma quantidade expressiva. Fui a mulher mais votada de Salvador e do Norte e Nordeste. Do Brasil, eu fui a sexta mais votada. Então, isso representa a força feminina, isso representa a causa animal, como ela é importante, e representa também o jovem, né? O novo. As pessoas estão querendo pessoas novas, pessoas com novos ideais para mudar um pouco esse cenário político que a gente vive. Agradecer e dizer que, na questão animal, elas podem contar comigo, que eu vou estar lá na Câmara Municipal de Salvador para defender os animais, porque o que eu defendo é bicho.
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