Publicado em 01/09/2018 às 09h16.

‘Hoje temos um poder enorme nas mãos’, diz Ju Moraes sobre mulheres no samba

Artista conversou com o bahia.ba sobre seu novo projeto 'Samba Reggae e outras coisas', além da representatividade feminina no samba

Bianca Andrade
Reprodução: Instagram
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Com novo trabalho na rua, Ju Moraes não pode negar o agito que o ano de 2018 deu na sua vida. Entre viagens, romances e muito trabalho, a artista conseguiu um tempo no bahia.ba para conversar sobre a sua carreira e alguns aspectos do seu novo projeto, ‘Samba Reggae e outras coisas’, um EP mais intimista que contará com 4 faixas, três previamente lançadas, que mistura samba e outros ritmos resultando em uma música que só se vê na Bahia.

Como surgiu a inspiração para a criação do novo EP ‘Samba Reggae e outras coisas’?

Há algum tempo vinha pensando em gravar coisas novas, novas músicas que representassem meu momento musical, o amadurecimento do meu repertório e o estilo que temos apresentado no show, essa mistura de samba com as influências rítmicas da Bahia. Tudo isso culminou na ideia do EP

Você carrega parcerias com alguns artistas e recentemente lançou Demorô com Márcia Short. Como funciona a escolha dos seus parceiros?

Durante a pré produção do EP recebemos a música “Demorô” dos compositores Vini Mendes e Dan Kambaia, no mesmo instante conversando com Marcos Sena, que produziu esse trabalho, pensamos em Márcia. Foi uma ideia que nos veio naturalmente. Temos um carinho enorme por ela e foi incrível tê-la conosco nesse momento.

*Entre as parcerias do EP ‘Samba Reggae e outras coisas’ está uma música inédita com Margareth Menezes, que deve ser lançada em outubro como a última do projeto.

Quem te acompanha sabe do seu carinho por Ivete Sangalo. Uma canção em parceria com ela seria seu ‘feat’ dos sonhos?

Sem dúvida, eu sou fã de Ivete desde a Banda Eva. Qualquer artista de música brasileira tem vontade de dividir uma canção com ela.

Através das suas redes sociais é possível ver que você é uma pessoa que gosta bastante de viajar. Os lugares que você conhece acabam contribuindo nas suas composições?

As viagens me ajudam muito no processo criativo, não só das musicas mas como do show. A vivência em outras culturas só agrega.

 

Em pleno século XXI o movimento contra o feminismo ainda é grande e muita gente não entende o que realmente significa a luta. Como você, uma cantora com uma voz forte e em um gênero com poucas, mas não menos importantes, representantes femininas se vê nessa luta? O que você tenta passar para o seu público?

Me vejo na luta como mulher todos os dias, principalmente pra defender meu ponto de vista. Creio que o momento é muito delicado e precisa ser tratado com a importância devida. Os homens foram protagonistas durante muito tempo, hoje temos um poder enorme nas mãos, mas precisa ser bem aproveitado pra não virar só uma bandeira.

Reprodução: Instagram
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Para você ainda existe uma resistência em aceitar mulheres no samba?

Existe uma resistência de aceitar a mulher em qualquer situação de igualdade. Com ou sem resistência, não há como negar o espaço conquistado por Ju Moraes no samba. A artista se consagra como uma das grandes representantes do ritmo na Bahia e na última sexta (31), Ju ainda lançou o terceiro single do EP ‘Samba Reggae e outras coisas’, a canção Brilhando Feito Estrela. A composição de Ramon Cruz fala sobre amor e sobre as coisas que todos nós fazemos pela pessoa amada. Junto com a música, foi disponibilizado também o clipe oficial gravado no estúdio da Live Filmes que traz animações da designer Camila Gomes. Confira:

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