Publicado em 07/10/2016 às 17h00.

Justiça acata denúncia e dirigente do tênis vira réu por peculato

Jorge Lacerda, presidente da CBT, responde processo na Justiça Federal-SP por suposto desvio de recursos obtidos por meio da Lei de Incentivo ao Esporte

Jaciara Santos
Foto: Divulgação / CBT
Lacerda: contas rejeitadas e suspeitas de desvio de dinheiro público (Foto: Divulgação / CBT)

 

Presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Jorge Lacerda é réu em processo na Justiça Federal de São Paulo que investiga suposto desvio de R$ 440 mil, recursos obtidos por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, em 2011. Além dele, também são réus o ex-tenista Dácio Campos, comentarista nos canais SporTV, e Ricardo Marzola, proprietário da empresa Brascourt, que constrói quadras de tênis.

Lacerda já havia sido multado em R$ 49,5 mil pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em outubro do ano passado, além de a CBT ter sido condenada a devolver os valores que não foram aceitos na prestação de contas – R$ 440 mil, que foram corrigidos para R$ 537,8 mil. Agora, entretanto, o processo chega à esfera criminal.

Os recursos deveriam ter sido investidos na realização do Grand Champions Brasil 2011, competição para jogadores veteranos. O problema central é uma nota fiscal de R$ 400 mil emitida pela Premier Sports Brasil, de Dácio Campos, promotora reconhecida pela ATP e parceira da CBT, para o aluguel das quadras.

O Grand Champions seria realizado em uma superfície sintética no WTC, em São Paulo, mas um mês antes da competição a entidade mundial do tênis exigiu que as partidas fossem jogadas no saibro, obrigando a busca por novo espaço. Dessa forma, a Premier procurou o Harmonia Tênis Clube e fechou um contrato.

Os R$ 400 mil teriam sido utilizados para o aluguel das quadras. No entanto, o contrato firmado entre a Premier e o clube prevê a cessão gratuita do espaço. O Ministério Público Federal, que apresentou a denúncia, entende que a nota é fria.

A novela se desenrola desde 2013, quando o Ministério do Esporte reprovou as contas apresentadas pela CBT, que foi quem captou a verba, alegando também que a intermediação da empresa de Dácio Campos é irregular.

Outro ponto de discórdia é o pagamento de R$ 40 mil para deixar o WTC em condições. A Brascourt Pisos Esportivos recebeu o dinheiro para montar uma quadra de borracha, mas, com a mudança de local, o trabalho não foi feito.

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