Publicado em 09/07/2025 às 18h39.

Mota diz que apoio do elenco após vexames segurou Carpini no Vitória

Dirigente revelou os bastidores da decisão para demitir o treinador

Leandro Aragão
Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

 

Após anunciar a saída de Thiago Carpini na tarde desta quarta-feira (9), o presidente Fábio Mota revelou os bastidores da decisão que culminou na troca de comando do time do Vitória. No dia seguinte à vexatória eliminação da Copa do Nordeste para o Confiança, em pleno Barradão, o dirigente foi até o condomínio onde mora o agora ex-treinador para comunicar a demissão.

“É um ciclo que se encerrou. Agradecemos pessoalmente. Tivemos uma reunião hoje pela manhã no condomínio dele, conversamos, trocamos ideia e comunicamos que o Vitória segue um novo caminho”, afirmou.

Segundo Fábio Mota, a luz de alerta se acendeu no dia 12 de março, quando o Leão amargou a eliminação precoce para o Náutico, ao perder por 2 a 0, na segunda fase da Copa do Brasil. O objetivo era chegar ao menos na terceira fase.

“Demos todas as oportunidades, quando fomos eliminados para o Náutico, tivemos a primeira conversa”, contou.

O copo começou a ficar meio cheio quando o Rubro-Negro tinha a faca e o queijo na mão para confirmar a vaga no playoff da Sul-Americana. O time baiano era o segundo colocado no Grupo B com seis pontos, à frente do Defensa y Justicia e Cerro Largo, ambos com quatro, respectivamente, em terceiro e quarto lugares. O Leão enfrentaria o Universidad Católica em Quito, que já estava classificado em primeiro lugar com 11. No entanto, a equipe de Carpini sequer conseguiu finalizar no gol, assim como seu adversário, e acabou sofrendo o tento num lance bizarro de uma bola recuada por Baralhas, mas que Lucas Arcanjo furou e ela acabou morrendo no fundo das redes. Enquanto isso, o Cerro venceu os argentinos e ficou com a classificação.

“Quando fomos eliminados no Equador cheguei a dizer que esperaria dois jogos antes da pausa do Brasileiro e fizemos dois pontos, não perdemos”, continuou. “”Depois da eliminação na Sul-Americana, que doeu muito pela forma que foi, com um gol contra sem ninguém ter chutado uma bola no Vitória. Nós pensamos, sentamos, discutimos. Conversamos muito com os jogadores, porque ninguém faz nada sem conversar com eles. Sem jogador não adianta, não podemos perder grupo”, falou.

Antes de jogar no Equador, o Vitória havia perdido para o Santos no Barradão, por 1 a 0. Naquele momento, o Peixe estava afundado na zona de rebaixamento. Mas após a eliminação da Sula, o Leão bem bom jogo no 0 a 0 com o Corinthians em São Paulo , devolvendo a esperança por dias melhores. Na sequência, o time baiano ficou novamente no empate sem gols, desta vez com o Cruzeiro, que era o vice-líder do Brasileiro, mas que se vencesse assumiria a primeira colocação. Mas a pá de cal veio mesmo com a derrota desta terça, após quase duas semanas dedicadas apenas para treinamentos.

“Ninguém esperava e nem o torcedor do Confiança esperava ganhar o jogo aqui. Não é só perder o jogo, mas a forma como o Vitória jogou depois de ter tido tanto tempo para treinar e voltar daquele jeito. Aí quando termina a convicção, tem que sentar para conversar. A troca foi dessa forma”, lamentou.

Relação de Carpini com jogadores
Durante a coletiva, Fábio Mota fez questão de ressaltar a boa relação de Thiago Carpini com o elenco. Mesmo diante da pressão da torcida por mudança que começou antes da pausa do futebol brasileiro, o dirigente apostou no bom ambiente interno.

“Não pode demitir um treinador quando os jogadores te chamam no vestiários e dizem que estão fechados com ele e que as coisas vão dar certo. Se você fizer isso, corre o risco de perder o grupo todo. Essa discussão para chegar no fim do ciclo teve um grande debate. Quem manda é jogador? Não, não é quem manda é jogador. Tem presidente, tem. Mas o mundo mudou, não é no chicote. É na conversa, tem que ter entendimento, convenciment0. A relação do treinador com os jogadores sempre foi muito boa”, disse. “Chegou uma hora que temos que mostrar que não tinha mais o que ser feito. Ontem foi a terceira eliminação que ninguém esperava, o que é muito forte para um time da grandeza do Vitória. Um episódio de vergonha. Chegou uma hora que não dava mais e mudamos o ciclo como fizemos com Burse, Condé lá atrás”, finalizou.

Eliminado da Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Sul-Americana, o Vitória tem apenas a disputa do Campeonato Brasileiro até o final da temporada. Brigando contra o rebaixamento, o Leão é o 16º colocado na tabela com 11 pontos, mesma pontuação do Inter que abre a degola em 17º. Os dois times se enfrentam no sábado (12), às 16h30, no Beira-Rio, pela 13ª rodada. Até lá, Fábio Mota espera ter contratado um novo treinador.

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