Publicado em 28/07/2016 às 14h30.

Sindicato denuncia insalubridade, infiltração e ratos em delegacias

Em nota, Polícia Civil diz que tem reestruturado as unidades, finaliza a contratação de novos agentes, nega cortes em linhas de telefones e anuncia medidas de modernização

Luís Filipe Veloso
Foto: Divulgação/ ADPEB
Foto: Divulgação/ ADPEB

 

A Associação dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia (ADPEB) questiona o emprego dos investimentos estaduais em segurança pública e acusa a gestão do governador Rui Costa (PT) de priorizar o Centro de Operações e Inteligência de Segurança Pública 2 de Julho, inaugurado no último dia 18 de julho a um custo de R$ 260 milhões, em detrimento à manutenção das delegacias, da contratação de efetivo aprovado no concurso de 2013 e da aquisição de armamento.

O diretor da entidade, Pietro Baddini Magalhães, disse à reportagem do bahia.ba que delegados e agentes estudam realizar uma mobilização conjunta em protesto contra as más condições de trabalho no exercício da atividade. Segundo o sindicalista, “as delegacias de polícia, hoje, quase na totalidade delas, têm infiltração e ratos. São ambientes insalubres e os computadores não funcionam”.

Foto: Divulgação/ ADPEB
Foto: Divulgação/ ADPEB

 

De acordo com o representante da classe, inúmeras unidades do interior registram as ocorrências manualmente, em livros, por falta de acesso à internet. Em nota, a Polícia Civil atribuiu a falta de conexão a questões de ordem técnica específicas de algumas regiões que serão beneficiadas por um programa, em execução, que pretende levar cabos de fibra ótica para as localidades.

Pietro Baddini também se referiu a telefones de distritos que estariam cortados por falta de pagamento, informação negada pela assessoria da corporação, que garante não haver contas em aberto.

Foto: Divulgação/ ADPEB
Foto: Divulgação/ ADPEB

 

Além dos aspectos de ordem estrutural, o diretor da ADPEB relata que “em algumas unidades policiais os delegados estão comprando do [próprio] bolso os cartuchos”, ao mencionar as munições dos armamentos que, de acordo com ele, também estão escassos.

Quanto ao efetivo, que, segundo o sindicato, seria inferior às demandas de segurança na Bahia, e à demora na convocação dos aprovados no concurso de 2013, a polícia informou que a etapa de inspeções médicas é realizada até esta sexta-feira (29) quando conclui o processo de contratação dos novos agentes.

Foto: Carol Garcia/ GOV BA
Foto: Carol Garcia/ GOV BA

 

A Polícia Civil justificou a demora na reestruturação das delegacias aos impactos da crise econômica que afeta o país, mas considerou positivo que, mesmo com o déficit na arrecadação, oito dos 36 Distritos Integrados de Segurança Pública (Disep) previstos já foram entregues, com investimento de R$ 6,1 milhões, e outros 13 têm previsão de conclusão no final do ano, que totalizaria, segundo a corporação, R$ 23,8 milhões orçamento empregado.

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