‘Perdeu, mané’: Baiana que pichou estátua é condenada a 14 anos de prisão
A estátua pichada por Débora, que é baiana, fica em frente ao edifício-sede da Corte, em Brasília

A cabelereira Débora Rodrigues dos Santos, acusada de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e de pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua A Justiça, e que ficou conhecida como ‘Débora do Batom’, foi condenada a 14 anos de prisão.
A decisão final ocorreu após votação da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), em julgamento que aconteceu nesta sexta-feira (25). A estátua pichada por Débora, que é baiana, fica em frente ao edifício-sede da Corte, em Brasília.
Os ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Flávio Dino e Cármen Lúcia, votaram pela condenação máxima. Cristiano Zanin votou pela condenação a 11 anos, enquanto Luiz Fux aplicou pena de um ano e seis meses de prisão.
Moraes reafirmou que a cabeleireira participou dos atos golpistas de 8 de janeiro. A manifestação do ministro foi publicada após o voto divergente do ministro Luiz Fux no julgamento no qual a Primeira Turma do Supremo formou maioria para condenar a acusada.
Em seu voto, Fux absolveu Débora dos crimes contra a democracia e aplicou pena de um ano de seis meses de prisão somente pelo crime de deterioração de patrimônio tombado. “O que se colhe dos autos é a prova única de que a ré esteve em Brasília, na Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023 e que confessadamente escreveu os dizeres “Perdeu, Mané” na estátua já referida”, justificou Fux.
Moraes votou pela condenação a 14 anos de prisão por cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.
De acordo com o magistrado, Débora confessou que saiu do interior de São Paulo, veio para Brasília e ficou acampada em frente ao quartel do Exército para participar dos atos golpistas. “Débora Rodrigues dos Santos buscava, em claro atentado à democracia e ao Estado de Direito, a realização de um golpe de Estado com decretação de intervenção das Forças Armadas”, afirmou.
O julgamento de Débora, segundo Moraes, não é diferente do dos demais acusados e ressaltou que a Corte já condenou 470 acusados pelo 8 de janeiro pelos cinco crimes. “Não há dúvidas, portanto, [de] que a materialidade de todos os delitos foi reconhecida pelo Supremos Tribunal Federal em mais de 1.100 decisões e, na presente hipótese, não há dúvidas quanto à autoria”, completou.
Defesa contesta
A defesa contestou a condução do processo, alegando que não teve acesso a todos os elementos usados na acusação, como vídeos que teriam sido capturados pelo Ministério da Justiça. Débora cumpre prisão domiciliar.
Os advogados dela afirmam que não há provas de que Débora tenha participado de planejamentos prévios ou utilizado violência durante os atos. Segundo eles, a pichação com batom não configura ameaça ou uso de força e pediram a absolvição. Cabe recurso à decisão.
Mais notícias
-
Justiça09h56 de 13/12/2025
CNJ afasta juiz baiano por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro
Corregedoria Nacional determinou a saída imediata de Ruy Eduardo Almeida Britto, titular da 6ª Vara de Salvador
-
Justiça08h27 de 10/12/2025
Justiça anula absolvição de Iuri Sheik por homicídio de empresário e determina novo julgamento
Influenciador digital havia sido absolvido em maio deste ano após alegar legítima defesa
-
Justiça15h30 de 07/12/2025
STF volta a julgar marco temporal indígena nesta semana; entenda
Em 2023, a Corte havia considerado que o marco temporal é inconstitucional
-
Justiça10h58 de 05/12/2025
STF define data para julgamento do caso Marielle Franco
Corte tratará do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes, que ocorreu em 2018
-
Justiça07h56 de 05/12/2025
Pedro Maia recebe 98% dos votos para se manter no comando do MPBA
Decisão final ficará a cargo do governador Jerônimo Rodrigues, que escolherá um dos nomes
-
Justiça11h49 de 02/12/2025
Policiais militares são presos por tortura e execução no sertão da Bahia
Seis PMs são alvo da ‘Operação Invisíveis’, deflagrada nesta terça-feira (2)
-
Justiça19h00 de 30/11/2025
Cármen Lúcia volta a defender a democracia e afirma: ‘O golpe me prenderia’
Ministra ainda comparou a ditadura com ervas daninha e disse que a democracia é como um jardim
-
Justiça21h20 de 25/11/2025
Julgamento dos acusados pelo assassinato de Sara Freitas é adiado; saiba o motivo
Uma nova data ainda será definida pela Justiça
-
Justiça06h49 de 21/11/2025
Jorge Messias se pronuncia sobre nomeação ao STF e faz promessa
Jusrista vai assumiu vaga de ministro subistituindo Luis Roberto Barroso, que anunciou sua aposentadoria em outubro
-
Justiça10h21 de 20/11/2025
Justiça Federal mantém prisão do presidente do Banco Master
O empresário foi preso na última segunda-feira (17), suspeito de envolvimento em um esquema de venda de títulos de crédito falsos











