Publicado em 06/08/2020 às 13h36.

Prestes a julgar Moro, Celso de Mello já o considerou juiz parcial e votou contra Lava Jato

Decano do STF será responsável por desempatar voto sobre suspeição em processo que condenou ex-presidente Lula

Redação
Foto: Rosinei Coutinho/ SCO/ STF/ CP
Foto: Rosinei Coutinho/ SCO/ STF/ CP

 

Responsável pelo voto que deve desempatar o julgamento sobre a suspeição do ex-juiz Sergio Moro na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Celso de Mello tem decidido contra a Lava Jato nas principais deliberações envolvendo a operação, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo a publicação, há sete anos o decano esteve diante de um caso semelhante: a defesa de um doleiro que acusava Moro de não ser imparcial em um julgamento do caso Banestado. O decano entendeu que o então juiz errou ao quebrar o sigilo de advogados e votou por sua suspeição, mas acabou vencido.

Na sessão do STF da terça (4), os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski atacaram a atuação de Moro nos processos da Lava Jato. Críticos à operação, eles indicaram que devem votar pela suspeição do ex-ministro da Justiça em julgamento de recurso feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a condenação do petista por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.

Antes, os ministros Cármen Lúcia e Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, já haviam votado contra o pedido de suspeição de Moro. O desfecho do caso, que começou a tramitar no STF em 2018, deve ocorrer até o fim de outubro. Diante do posicionamento de Gilmar e Lewandowski na última sessão, o desempate deve ficar nas mãos de Celso de Mello, quinto integrante da Segunda Turma, que se aposenta em 1.º de novembro.

Na prática, o pedido de suspeição feito por Lula pode anular o processo do triplex, o único em que Moro foi responsável por condenar o petista. Por outro lado, caso o Supremo decida pela suspeição, a avaliação entre ministros da corte é de que decisões tomadas pelo ex-juiz em outros processos, como o do sítio de Atibaia e do Instituto Lula, podem ser invalidadas.

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