Publicado em 03/06/2025 às 17h45.

Servidores do Judiciário se reúnem com presidentes do TJ e da Alba para discutir fim de greve

Principal pauta da categoria é o reajuste salarial, que não é concedido há mais de oito anos

Otávio Queiroz
Reprodução/Sinpojud

 

Lideranças dos servidores do Poder Judiciário da Bahia se reúnem, na tarde desta terça-feira (3), com o presidente interino do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), o desembargador João Bôsco, e a presidente em exercício da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputada Fátima Nunes (PT), para discutir uma possível saída para a greve da categoria, que já dura quase um mês. O encontro aconteceu na sede da Alba, em Salvador.

A principal pauta dos servidores é o reajuste salarial, que não é concedido há mais de oito anos, segundo o sindicato. Além disso, eles cobram a tramitação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV), que prevê a recomposição gradual de perdas estimadas em 53,3%.

Ao bahia.ba, o diretor de comunicação do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia (Sinpojud), Tiago Pascoal, afirmou que a categoria espera uma sinalização concreta sobre a inclusão dos sindicatos em uma comissão que discutirá alterações no Projeto de Lei do PCCV. Segundo ele, o prazo de 60 dias solicitado inicialmente pelo TJ-BA para início das discussões foi considerado excessivo pela categoria.

“Esse Projeto de Lei foi elaborado há mais de cinco anos, passou por diversas comissões com a participação de sindicatos e desembargadores, todos favoráveis. Por isso, acreditamos que o debate já foi encerrado. Dez dias são suficientes para revisar as modificações e levar o debate à categoria”, declarou Pascoal ao bahia.ba.

Atualmente, apenas os serviços considerados essenciais estão sendo mantidos, como decisões relacionadas à saúde, fornecimento de energia elétrica e abastecimento de água.

“A greve traz prejuízo para todo mundo. Para os trabalhadores, para a sociedade, para o próprio Tribunal. Ninguém sai ganhando com esse movimento grevista, mas é preciso entender que essa é a única ferramenta que os trabalhadores têm de reivindicar os seus direitos”, explicou Tiago.

O dirigente sindical também criticou o projeto que prevê a criação de 600 cargos comissionados de assessores para magistrados. Segundo ele, a proposta representa um retrocesso e desrespeita a necessidade de nomeação de aprovados em concurso público ainda vigente.

“A defesa histórica dos sindicatos é pela priorização do concurso público. Existe uma carência real de servidores nas unidades. A criação de cargos comissionados não resolve esse problema. Defendemos que o PCCV seja priorizado antes de qualquer outro projeto”, concluiu.

 

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.