Publicado em 16/05/2025 às 10h01.

STF proíbe gravação de audiências de testemunhas no processo contra Bolsonaro por trama golpista

Segundo a Corte, os depoimentos só serão disponibilizados ao público quando as oitivas tiverem se encerrado, por meio de uma gravação feita pelo próprio STF

Redação
Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou na quarta-feira (14) que jornalistas não poderão gravar, seja por áudio ou vídeo, as audiências das testemunhas no processo que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado. A decisão, baseada no artigo 210 do Código de Processo Penal (CPP), tem o objetivo de garantir a incomunicabilidade entre os depoimentos das testemunhas.

Segundo matéria do InfoMoney, o STF argumenta que o artigo 210 do CPP, instituído em 1941, determina que “as testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras”. A Corte ainda pontua que a medida visa proteger a integridade dos relatos e evitar influências externas nos depoimentos.

A decisão do STF gerou críticas da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), que defendeu a necessidade de transparência e o direito da sociedade de ter acesso às informações. Em nota, a entidade destacou que o caso envolve autoridades públicas e que a divulgação das falas não comprometeria a integridade dos depoimentos.

“A Abraji pede ao STF que considere, ao adotar essas regras, seu dever de proteção da liberdade de imprensa e do direito de informar, para que a população tenha acesso a informações de alto interesse público”, afirmou a associação.

Apesar da proibição de gravações, os jornalistas poderão acompanhar os depoimentos por meio de um telão instalado na sala da 1ª Turma do STF. Fotógrafos e cinegrafistas, no entanto, não terão acesso ao local. A gravação oficial das audiências será feita pelo próprio tribunal, e o conteúdo poderá ser divulgado apenas após o término de todas as oitivas, previsto para o dia 2 de junho.

No total, estão agendados 82 depoimentos que incluem os de ex-comandantes das Forças Armadas, como Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos de Almeida Baptista Júnior (Aeronáutica), além dos governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Ibaneis Rocha (DF).

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