Publicado em 29/06/2025 às 11h00.

Ataques de Israel deixam 17 mortos na Faixa de Gaza, incluindo três crianças

Defesa Civil local denuncia bombardeios e tiroteios sem aviso; mais de 56 mil palestinos já morreram desde o início da guerra

Redação
Foto: Unicef/Eyad El Baba

 

A Defesa Civil da Faixa de Gaza informou, neste domingo (29), que 17 pessoas, entre elas três crianças, morreram em decorrência de ataques e tiroteios realizados pelo Exército israelense. O território palestino vive um cenário devastador após mais de 20 meses de guerra.

Segundo Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil, dezenas de feridos também foram levados a hospitais após os ataques. Bassal relatou cinco ataques aéreos — realizados por drones ou caças — que, segundo ele, causaram a morte de 16 pessoas em diferentes pontos da Faixa de Gaza. “Duas crianças da família Azzam foram mortas e outras pessoas ficaram feridas em um ataque realizado ao amanhecer, por volta das 4h locais, contra uma casa no sudeste da Cidade de Gaza”, afirmou.

O Exército israelense disse que não poderia comentar os relatos, reiterando apenas que suas operações são voltadas ao Hamas. Bassal também informou que um jovem de 18 anos foi morto por tiros israelenses enquanto esperava por distribuição de alimentos na região de al-Alam, no sul do território.

Desde maio, Israel aliviou parcialmente o bloqueio total imposto a Gaza em março, o que agravou a escassez de alimentos, medicamentos e outros bens essenciais. Um sistema de distribuição liderado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), com apoio de Israel e dos Estados Unidos, foi criado, mas as operações têm gerado tumultos e mortes.

De acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas, quase 550 pessoas morreram e mais de 4 mil ficaram feridas em filas formadas nos centros de distribuição desde o início das atividades da GHF. O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou o sistema, classificando-o como “militarizado” e responsável por mortes.

Neste domingo, o Exército israelense ordenou a evacuação de bairros no norte da Faixa de Gaza, afirmando que realiza ações de “força extrema” contra o Hamas. Após o cessar-fogo com o Irã, firmado na terça-feira (24) após 12 dias de confronto, Israel declarou que seu foco voltou a ser Gaza, com o objetivo de recuperar reféns e desmantelar o regime do Hamas.

Apesar da escalada das ações militares, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que um novo cessar-fogo entre Israel e Hamas estaria “próximo”. “Acreditamos que teremos um cessar-fogo já na próxima semana”, declarou, acrescentando que “grandes progressos” haviam sido feitos.

Segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza, considerados confiáveis pela ONU, mais de 56.412 palestinos — em sua maioria civis — foram mortos desde o início da campanha de retaliação de Israel.

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