Publicado em 03/06/2024 às 09h43.

Claudia Sheinbaum é primeira mulher eleita presidente do México

Com 60% dos votos, aliada do atual presidente Obrador promete dar sequência a seu governo

Redação
Foto: Reprodução/Instagram

 

Claudia Sheinbaum, de 61 anos, a herdeira política de Andrés Manuel López Obrador, do Movimento Regeneração Nacional será a primeira mulher a presidir o México, é o que mostram os resultados preliminares divulgados pelo Instituto Nacional Eleitoral, com atraso, na noite de domingo (2). A previsão inicial era que o anúncio fosse feito entre 22h e 23h30 (horário local) mas era quase meia-noite quando a presidente do INE, Guadalupe Taddei, apareceu em rede nacional de rádio e TV para confirmar o que as pesquisas de boca de urna indicavam há quatro horas.

Segundo matéria do Estadão, Claudia chega ao cargo com um percentual em torno dos 60% dos votos. A senadora Xóchitl Gálvez, da coalizão de oposição que uniu os antigos rivais reconheceu a derrota. Ela teve entre 26,6 e 28,6%, de acordo com os resultados preliminares. Em terceiro lugar ficou o ex-deputado Jorge Álvarez Máynez (Movimento Cidadão), com algo em torno de 20% dos votos. Após a divulgação dos resultados, Claudia discursou em um auditório de um hotel no centro da Cidade do México, onde se reuniam também jornalistas e apoiadores. No discurso, ela reforçou a promessa de dar continuidade ao governo Obrador.

“Não chego sozinha. Chegamos todas, com nossas heroínas que nos deram a pátria, nossas ancestrais, nossas mães, nossas filhas e nossas netas”, disse ela.

Militante do movimento estudantil na universidade e filha da elite intelectual da capital mexicana, Claudia Sheinbaum se lançou na carreira politica, sempre muito próxima de López Obrador. Atuou como Secretaria de Meio Ambiente e foi chefe de governo da Cidade do México, além de uma breve passagem como chefe delegacional de Tlalpan, um distrito da capital. Durante sua candidatura prometeu continuar o governo de Obrador — incluindo a controvertida proposta de reforma da Constituição, criticada por opositores e analistas por enfraquecer o judiciário e a autoridade eleitoral mexicana.

O atual presidente, comumente referido pela sigla de seu nome AMLO, é político experiente e encerra a presidência com aprovação na casa dos 60%. Ele tem como legado a valorização do salário mínimo e o aumento dos benefícios sociais no México, mas é apontado pelos críticos como líder de tendências autoritárias no país que ainda tenta consolidar sua democracia.

Sua sucessora, Claudia Sheinbaum terá como principal desafio a violência dos cartéis de drogas, que marcou as eleições, com pelo menos 34 candidatos ou aspirantes assassinados, segundo levantamento do think tank Laboratório Eleitoral. Para segurança, ela propõe o fortalecimento da Guarda Nacional e uma estratégia de largo prazo para evitar que os jovens sejam recrutados pelo crime organizado. A ideia está em linha com a política “Abraços, não balas” de AMLO, que defende combater a violência a partir das suas causas. O empossamento de Claudia está marcado para 1 de outubro, em um mandato de seis anos.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.