EUA: Trump indulta Steve Bannon antes de deixar a Casa Branca
Republicano anunciou 73 indultos e 70 comutações de pena, segundo comunicado oficial
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indultou seu ex-assessor Steve Bannon na terça-feira (19), a poucas horas de encerrar seu mandato e trocar a Casa Branca pela mansão de Mar-a-Lago, na Flórida. A informação é do jornal EL País.
Segundo a publicação, perdões presidenciais no final das administrações são comuns nos EUA. Desta vez, o republicano anunciou 73 indultos e 70 comutações de pena, segundo o comunicado oficial. A lista de beneficiados pela clemência, uma competência reservada ao mandatário do país, contém nomes de alguns criminosos financeiros e até de dois rappers.
Bannon já era um nome que aparecia com mais chances nas especulações prévias à divulgação da lista de favores. Ex-assessor de Trump, ideólogo de movimentos populistas de ultradireita em todo o mundo ―inclusive no Brasil do Governo Jair Bolsonaro―, Bannon foi detido em meados de 2020 por fraudar doadores de uma campanha para construir um muro na fronteira com o México. Também recebeu o perdão presidencial Elliott Broidy, ex-doador de sua campanha, que se declarou culpado de conspirar para violar a lei que regula a atividade dos lobbies estrangeiros.
Ele foi indultado a título preventivo, ou seja, com um perdão que elimina as acusações caso ele venha a ser condenado. O próprio Trump e seu ex-colaborador conversaram por telefone nesta terça. Trump não se autoindultou preventivamente, como tinha deixado entrever nas últimas semanas, no que seria uma manobra para evitar os processos que enfrentará a partir desta quarta, quando volta a ser um cidadão comum, depois da posse de Joe Biden e Kamala Harris. A graça tampouco alcançou outros membros de sua família e seu advogado pessoal, Rudy Giuliani.
Além de Bannon, aparecem entre os perdoados os rappers Lil Wayne ―condenado por posse de armas e munição, algo que lhe estava vedado por causa de delitos anteriores― e Kodak Black. Este último, sentenciado a 46 meses de prisão por falsificar o formulário de um documento federal, teve a pena comutada, assim como o ex-prefeito de Detroit Kwame Kilpatrick, que em 2008 se declarou culpado de obstrução da Justiça como parte de um acordo com a promotoria numa investigação sobre subornos que ele e seu pai teriam aceitado em troca de contratos públicos. Outro dos nomes destacados é o do ex-engenheiro do Google Anthony Levandowski, condenado por roubo de informação sobre carros autônomos antes de pedir demissão da empresa e ser contratado pelo Uber.
Segundo o The New York Times, a expectativa em torno dos perdões presidenciais gerou um negócio de milhares de dólares por parte de lobistas e advogados dos condenados, que procuravam influir no círculo mais próximo a Trump para assegurar o indulto aos seus representados.
Além de divulgar a lista, Trump determinou, em seu último dia como presidente, a quebra do sigilo sobre parte dos documentos que serviram como provas ao FBI no caso da trama russa, a qual gerou uma prolongada investigação sobre o papel do Kremlin na campanha eleitoral de Trump em 2016. O republicano, que sempre atribuiu sua implicação no caso a uma armadilha dos democratas para tirá-lo do poder, disse em um memorando interno que alguns dos documentos foram editados para poderem ser divulgados.
Por último, o magnata nova-iorquino interrompeu a expulsão de alguns venezuelanos que estejam em situação irregular nos EUA, pelo prazo de 18 meses, dadas as circunstâncias políticas do país latino-americano. “As condições de deterioração no interior da Venezuela, que representam uma ameaça nacional à segurança e o bem-estar do povo, aconselham a interromper a expulsão dos nacionais venezuelanos que atualmente se encontram nos Estados Unidos”, determinou Trump em um memorando a seus secretários de Estado e Segurança Doméstica. Cidadãos venezuelanos que tiverem cometido crimes estão excluídos dessa medida.
Mais notícias
-
Mundo
18h31 de 25 de abril de 2024
Banimento do TikTok é disputa dos EUA com China, dizem pesquisadores
Rede social cresce entre os norte-americanos em detrimento de outras
-
Mundo
14h10 de 24 de abril de 2024
Portugal reconhece culpa por escravidão no Brasil e sugere reparação
Marcelo Rebelo admitiu crimes coloniais e sugeriu reparações
-
Mundo
19h22 de 23 de abril de 2024
Fortuna de Elon Musk sofre perda de quase US$ 65 bilhões
O empresário sofreu prejuízo por conta de uma das suas empresas, a Tesla
-
Mundo
18h03 de 23 de abril de 2024
Espanha cria fundo para vítimas de abuso sexual de padres católicos
O fundo visa compensar estimadas 440 mil vítimas de décadas de abuso sexual cometido por clérigos, funcionários ou professores católicos
-
Mundo
16h51 de 23 de abril de 2024
Javier Milei anuncia primeiro superávit trimestral da Argentina desde 2008
O presidente argentino anunciou seu terceiro superávit mensal seguido, na última segunda-feira (22)
-
Mundo
07h48 de 23 de abril de 2024
Fenômeno ‘Lua Cheia Rosa’ pode ser vista em todo Brasil nesta terça-feira (23)
Apesar do nome, o satélite natural não sofrerá alterações na cor
-
Mundo
17h30 de 20 de abril de 2024
Extrema-direita usa Comitê dos EUA para distorcer realidade brasileira
Avaliação é da ONG Washington Brazil Office (WBO)
-
Mundo
17h49 de 19 de abril de 2024
Homem ateia fogo a si mesmo em frente a tribunal no qual Trump é julgado
Homem se encharcou com um líquido em uma área isolada
-
Mundo
16h40 de 19 de abril de 2024
Apple retira WhatsApp e Threads de loja de apps na China após ordem de Pequim
Remoção dos aplicativos sugere ‘intolerância crescente por parte do governo da China’
-
Mundo
16h35 de 19 de abril de 2024
Itamaraty mostra preocupação com aumento da tensão entre Israel e Irã
Agência iraniana nega ocorrência de explosões no país