Publicado em 15/01/2020 às 14h30.

Premiê russo renuncia por plano de Putin para ficar no poder após 2024

Com alterações na Constituição, presidente ficaria proibido de servir mais de dois termos e primeiro-ministro receberia muito mais poder, indicando que o próprio Putin poderá assumir a função

Redação
Foto: Divulgação/Kremlin
Foto: Divulgação/Kremlin

 

O primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, anunciou nesta quarta-feira (15) sua renúncia ao cargo que ocupava desde 2012. O anúncio se deu horas depois de o presidente Vladimir Putin clamar por uma série de mudanças constitucionais no país para, ao que tudo indica, manter o poder após deixar o posto em 2024.

Com as alterações na Constituição, o presidente ficaria proibido de servir mais de dois termos e o primeiro-ministro receberia muito mais poder, indicando que o próprio líder russo poderá assumir a função.

A sugestão dada no discurso de Putin é a sua permanência como um premiê empoderado – na Rússia, exceto nos períodos em que ele sentou na cadeira, o cargo é quase figurativo.

Com a renúncia de Medvedev – juntamente com o restante do gabinete ministerial -, o líder do Kremlin terá que formar um novo governo. Medvedev, por sua vez, assumirá um novo cargo como vice-presidente do conselho de segurança, respondendo diretamente a Putin, que preside o órgão.

Desgastado por denúncias de corrupção e disputas internas no Kremlin, Medvedev tinha sua saída esperada desde que Putin reelegeu-se em 2018.

Nos últimos meses, foram cotados nos meios políticos russos nomes como Serguei Sobianin (prefeito de Moscou), e os ministros Maxim Orechkin (Economia) e Alexander Novak (Energia). Seriam figuras mais jovens, adequadas a uma transição sob a tutela de Putin.

“Nós precisamos de um referendo sobre todo o pacote de emendas à Constituição. Nós temos que confiar à Duma (Casa baixa do Parlamento) não só a aprovação, mas a escolha da candidatura do primeiro-ministro”, disse o presidente.

 

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