Publicado em 27/12/2024 às 11h54.

Queda de avião no Cazaquistão foi causada por ‘interferência externa’, afirma companhia

Acidente da aeronave da Embraer ocorreu na quarta-feira (25) e deixou 38 mortos entre os 67 ocupantes

Redação
Reprodução/X

 

A companhia aérea Azerbaijan Airlines afirmou nesta sexta-feira (27) que as investigações preliminares sobre a queda do avião no Cazaquistão apontam para a existência de “interferência física e técnica externa” no caso. A queda da aeronave, fabricada pela Embraer, aconteceu na quarta-feira (25) no Cazaquistão, deixando 38 mortos entre 67 ocupantes.

Segundo matéria da Folha de São Paulo, uma das hipóteses investigadas é a de que o avião teria sido abatido acidentalmente por um míssil antiaéreo quando se aproximava de Grozni, capital da república russa da Tchetchênia, para pousar.

A possibilidade decorre da análise de danos encontrados na cauda do Embraer E-190, que ficou quase intacta após a tentativa de pouso sem controle por parte dos pilotos em Aktau, na costa leste do mar Cáspio.

De acordo com o órgão de fiscalização da aviação civil da Rússia, Rosaviatsia, o avião decidiu desviar de sua rota original devido à densa neblina e a um alerta local sobre drones ucranianos.

O acidente

A aeronave havia partido de Baku, a capital do Azerbaijão, e se dirigia a Grozni, capital da república da Tchetchênia, na Rússia. O voo de número de J2-8243 foi forçado a fazer um pouso de emergência a 3 km de Aktau, cidade que fica na margem oposta do mar Cáspio em relação ao Azerbaijão e à Rússia.

Segundo Dmitri Yadrov, diretor da agência, a situação no aeroporto de Grozni na quarta-feira era “muito difícil” devido aos ataques de “drones militares ucranianos”. “Naquele momento, drones militares ucranianos lançaram ataques terroristas contra infraestruturas civis nas cidades de Grozni e Vladikavkaz”, disse Yadrov. O órgão afirmou que o piloto recebeu a oferta de outros aeroportos para pousar, mas escolheu Aktau, do Cazaquistão.

O desvio aconteceu em uma área ao sul da Rússia onde o país usa com frequência sistemas de defesa aérea contra drones ucranianos.

A queda ocorreu pouco depois de drones ucranianos atingirem a região, e mais ou menos no mesmo horário, o aeroporto de Makhachkala, terminal russo mais próximo de onde o sinal do voo desapareceu, ficou fechado ao tráfego aéreo, disse um funcionário do local à agência Reuters —possivelmente em razão do ataque.

O fato do avião, um Embraer E-190, ter produção brasileira permite que o país participe das investigações por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), e da própria Embraer. É esperado que representantes brasileiros cheguem ao local de investigação nesta sexta-feira (27).

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