Diretor da UFRB avalia conflito sobre terreno: ‘Debate entre civilização e barbárie’
Professor Danillo Barata criticou tentativa de colocar universidade como inimiga e garantiu que UFRB recolhe impostos referentes ao terreno

Imagem: Reprodução/ Google Maps
O conflito que surgiu desde quando a gestão municipal de Santo Amaro decidiu retirar da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) o terreno da Fundição Tarzan é visto como um “casuísmo” em ano de eleições pelo professor Danillo Barata, diretor do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT) do campus. A unidade será construída na área que o prefeito Flaviano Rohrs (DEM) quer ceder à indústria química. O professor afirma que a área é tão pertencente à universidade que é a própria instituição a responsável por recolher os tributos relativos ao imóvel.
“A gente tem um processo eleitoral se encerrando, ele certamente está querendo mostrar resultados à população, mas de forma equivocada. Dá pra ter inserção de indústria como essa [a indústria química]. No próprio PDDU tem destinação de distrito industrial. Agora, instalar indústria onde tem projeto de inserção da universidade em nossa cidade, tirar da universidade e colocar na beira do rio, no manguezal, nas costas da Baía-de-Todos-os-Santos uma indústria química, é não aprender como passado da cidade. É um debate entre civilização e barbárie”, avaliou o professor.
Em entrevista ao bahia.ba, o professor explicou que o projeto pedagógico do campus prevê público de 1,5 mil alunos e, se não houver perspectiva de ampliação do espaço físico, não dá pra comportar na cidade a ideia de campus universitário com pesquisa, ensino e extensão. Isso, de acordo com Barata, compromete a permanência da universidade em Santo Amaro. E, ao contrário do que sugeriu o prefeito, em vídeo publicado nas redes sociais, a UFRB tem autonomia para decidir se fica numa região ou não.
O campus de Santo Amaro funciona na Escola Pedro Lago, cedida pelo prefeito Flaviano Rohrs em maio de 2017, e oferta seis cursos de graduação e três cursos de pós-graduação.
“Nosso temor quando falamos sobre isso é muito real. Se a cidade não nos dá condição de implantação, a universidade tem autonomia pra decidir isso. Claro que o Ministério da Educação norteia. Precisamos cumprir determinados indicadores, relação aluno-professor. Mas não conseguimos melhorar nossos números a médio prazo se não tem espaço físico pra ir”, explicou o professor.
Terreno abandonado
O professor e diretor do Cecult, Danillo Barata, respondeu às críticas do prefeito Flaviano Rohrs, que acusou a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) de abandonar o terreno doado pela prefeitura na gestão anterior. Segundo disse em vídeo publicado nas redes sociais, o local estava “abandonado, invadido, servindo de prostíbulo e desova”.
Ao bahia.ba, Barata explicou que a prefeitura criou esse constrangimento desde quando passou a usar a área como “porta-entulho” do serviço de dragagem do rio. Na avaliação do professor, falta à gestão municipal zoneamento das áreas e controle de ocupação do terreno.
“Conversamos com ele no ano passado sobre deixar acesso mais livre, começaram a fazer obra no rio de tirar o assoreamento, e virou quase um porta-entulho do município. Uma coisa que pra mim é triste, essa postura que parece como se a universidade fosse inimiga – e nós não somos. Imagina, fazendo ilações sobre nossa conduta, que é justamente civilizatória, de tentar formar e qualificar a mão de obra do município”, acrescentou.
Construção do campus
O diretor da UFRB afirmou ainda que se comprometeu com vereadores do município de apresentar, “no prazo muito curto”, o layout de ocupação do terreno da Fundição de Aço Tarzan. Pelo menos a proposta de construção na área moderna, já que as ruínas estão entre as obras do PAC das Cidades Históricas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
No entanto, não é possível estabelecer um cronograma para as obras do campus já que o cenário é desfavorável a investimentos, seja por causa da instabilidade no Ministério da Educação, seja devido à crise imposta pela pandemia do novo coronavírus.
“A obra lá atrás que a gente tinha, o campus universitário, a previsão que fazíamos estava em R$ 50 milhões. Hoje isso mudou. A realidade mudou e a gente precisa readaptar com base nos atores políticos que a gente tem no momento. Ali na época era momento de expansão do ensino público superior. Hoje mudou”, acrescentou.
Mais notícias
-
Camaçari
13h05 de 31/03/2025
Prefeito destaca retomada de políticas públicas: ‘Estamos na fase de arrumar a casa’
Luiz Caetano afirma que a gestão está reorganizando a cidade, durante Lavagem de Arembepe
-
Curaçá
11h54 de 31/03/2025
Inema desarticula torneio ilegal de caça de animais silvestres no norte da Bahia
Os agentes resgataram os animais mantidos com os infratores, apreenderam artefatos utilizados na caça, além de aplicar penalidades aos responsáveis pela atividade
-
Catu
10h35 de 31/03/2025
Polícia recupera carga de micro-ondas roubada e prende 14 suspeitos no interior da Bahia
Eletrodomésticos haviam sido levados de uma transportadora em 23 de março, quando funcionários foram feitos reféns
-
Santo Antônio de Jesus
19h00 de 29/03/2025
Suspeito de matar idoso é preso em cidade do recôncavo baiano
Crime havia acontecido em março no município de Camaçari
-
Camaçari
18h20 de 29/03/2025
Luiz Caetano destaca novidades do Festival de Arembepe
Evento conta com espaço para pessoas com deficiência e testes rápidos de HIV
-
Riachão do Jacuípe
13h40 de 29/03/2025
Suspeito morre em confronto com a PM, e comparsa é preso após fazer casal refém na Bahia
Segundo a Polícia Militar, o suspeito detido fez um casal de idosos refém antes de se render
-
Lauro de Freitas
20h20 de 28/03/2025
Criminosos invadem casa e fazem família refém no Capiarara
De acordo com a polícia, os suspeitos invadiram uma residência
-
Correntina
18h14 de 28/03/2025
Posto de combustível tem tanque interditado por vender diesel com menos de 2% de biodiesel
Força-tarefa vistoriou 61 postos de combustíveis entre os dias 25 e 28 de março; proprietário responderá pelas irregularidades
-
Jacobina
15h49 de 28/03/2025
Cidade do interior da Bahia registra tremor de terra
Abalo foi detectado às 6h51, com magnitude de 1.5 na escala Richter
-
Camaçari
14h00 de 28/03/2025
Prefeitura de Camaçari interdita trecho da Via Parafuso para reparos; confira rotas alternativas
A decisão é motivada após um afundamento da pista na saída da Via Cascalheira, que se deu em função do rompimento da rede de drenagem