Publicado em 14/10/2025 às 14h57.

Vereador atribui confusão na Câmara de Vera Cruz a reação da base após denúncia de rachadinha

"Eles vieram com o fito de criar confusão. Tentaram deturpar meu posicionamento sobre o Refis", afirmou João do PT

André Souza / Lula Bonfim
Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

O vereador João do PT afirmou nesta terça-feira (14) que a confusão que levou à suspensão da sessão da Câmara de Vera Cruz foi provocada por aliados do prefeito Igor Pinho (MDB), em reação à denúncia que ele fez sobre um suposto esquema de “rachadinha” envolvendo o chefe do Executivo municipal e a procuradora-geral do município, Itamara Pereira.

“Eles vieram com o fito de criar confusão. Tentaram deturpar meu posicionamento sobre o Refis. Eu apenas votei para ampliar o desconto aos contribuintes e retirar o salário de R$ 100 mil da procuradora, que considero um absurdo. O vereador Niraldo e o vereador Elton, que é cunhado do prefeito, partiram de forma agressiva para cima de mim e com palavras de baixo calão”, afirmou João em entrevista ao bahia.ba.

O vereador disse ainda que o presidente da Câmara, Jorge Rasta (PDT), suspendeu a sessão para evitar que a discussão evoluísse para agressões físicas. “Essa Casa tem um regimento, e a falta de decoro precisa ser apreciada. Há vereadores que não aceitam a diversidade nem ouvir a verdade. Meu direito é fiscalizar o prefeito, como prevê a Constituição”, disse.

João também ampliou as críticas à gestão municipal, citando o fechamento de um hospital há três anos e a precariedade na rede de saúde. “Enquanto as pessoas sofrem com falta de medicamento, eles estão sambando com a cidade. A Vera Cruz real não é a do Instagram da prefeitura”, declarou.

Suposta “rachadinha”

Na mesma fala, o vereador voltou a detalhar a denúncia que provocou o embate. “A atual procuradora tem um salário de cerca de R$ 100 mil, mas tem um carro de R$ 60 mil financiado e mora de aluguel. Isso é, no mínimo, estranho e precisa ser investigado. Enquanto muitos não recebem nem um salário mínimo, ela recebe 100 mil”, afirmou.

Segundo ele, as declarações provocaram a reação dos aliados do prefeito. “Niraldo se sentiu ofendido e disse que eu o acusei de participar da rachadinha. Mas ele é apenas um soldadinho do prefeito. Vieram aqui com apoiadores para dificultar os trabalhos da Câmara e impedir o debate”, disse João.

Entenda o caso

A sessão desta terça foi interrompida depois que o vereador Fernando Niraldo (União Brasil) criticou João do PT no plenário, provocando barulho entre seus apoiadores. O presidente Jorge Rasta pediu respeito e silêncio, e suspendeu os trabalhos por dez minutos. A situação se agravou quando o vereador Elton Castro (União Brasil) acusou o presidente de agir com parcialidade.

A tensão na Câmara se arrasta desde o dia 30 de setembro, quando uma emenda ao projeto de Refis — programa de refinanciamento de dívidas tributárias — foi rejeitada por dez votos a um. O texto, proposto por João, previa limitar os valores pagos em honorários advocatícios à procuradora Itamara Pereira, cujo salário ultrapassaria R$ 80 mil mensais.

 

 

André Souza
Jornalista com experiência nas editorias de esporte e política, com passagens pela Premier League Brasil, Varela Net e Prefeitura Municipal de Laje. Apaixonado por esportes e música, atualmente trabalha como repórter de Política no portal bahia.ba.

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