Publicado em 26/11/2025 às 09h37.

‘Aliviar a dívida’, afirma Jerônimo sobre 22º pedido de empréstimo na sua gestão

O governador da Bahia justificou volume de pedidos de empréstimos e rebateu críticas da oposição 

Raquel Franco / Heber Araújo
Foto: Heber Araujo/Bahia.ba

 

Segundo o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), a gestão estadual solicitou mais um empréstimo para  “aliviar a dívida” e “investir mais”. Nesta terça-feira (24), ele enviou o 22º pedido de empréstimo à Assembléia Legislativa da Bahia (ALBA). Caso aprovado, a quantia de R$ 650 milhões deverá ser liberada pelo Banco do Brasil. 

“Quando tem muito tempo, os juros sobre juros criam uma dívida prejudicial, perversa para os cofres do município, da União ou do Estado. Então, a gente renegocia. É o caso desse último empréstimo que eu pedi”, disse o governador na manhã desta quarta-feira (26) em entrevista durante o lançamento da Operação Verão 2025/2026. 

Segundo Jerônimo, “todos [os empréstimos] têm uma explicação”. “Os deputados não são cegos a isso, pelo contrário, inclusive toda a minha base precisa saber o que é de empréstimo para poder fazer pagamento, para aliviar a dívida, que é o caso dessa, para tomar garantia do governo federal, para negociar”, disse.

O governador explicou que, caso o pedido de empréstimo seja aprovado na ALBA, a proposta segue para avaliação do Ministério da Economia. “O aval é do governo federal. Se nós não tivéssemos bem na saúde financeira, nem a Assembleia aprovaria, muito menos o governo federal e depois o Senado. Então tem um filtro”, afirmou Jerônimo. 

“Só para deixar a população bastante clara sobre isso: só passa na Assembleia Legislativa, só sai do governo do estado quando a gente tem as condições financeiras adequadas. Se nós estamos tomando empréstimo, é porque a gente quer investir mais”, completou. 

Empréstimos negados na gestão Bolsonaro

Jerônimo criticou as negativas de empréstimos feitos pela gestão federal anterior, sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o governador, o volume de pedidos de empréstimos feitos durante sua gestão são resultado da lacuna financeira deixada durante o governo de Rui Costa (PT), que teve pelo menos duas solicitações negadas. 

“Rui não tomou empréstimo porque não precisava, não. [Foi] porque nós tínhamos um governo federal perverso, que não recebeu Rui Costa como governador uma vez sequer, que não recebia deputados, prefeitos. Rui ficou 6 anos sem poder tomar empréstimo”, disse o chefe do Executivo estadual. 

“Rui Costa pediu dois empréstimos e o governo federal travou”, afirmou Jerônimo, alegando que o governo da Bahia precisou recorrer à Justiça para “obrigar” o governo federal, a Caixa Econômica e o Banco do Brasil “a depositar o dinheiro que é de direito.”

“Nós estamos em três anos de governo tendo que recompor aquilo que o Rui não pôde ter e, infelizmente, que os deputados federais não puderam botar emendas suficientes para ajudar”, concluiu.

Críticas à oposição

Em resposta às críticas do vereador Kiki Bispo (União Brasil), ele citou os pedidos de empréstimos feitos pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil). “[A Câmara Municipal] aprovou o empréstimo do prefeito? E quanto foi? Era bom a gente poder avaliar isso”, questionou. 

Jerônimo destacou que, assim como no governo estadual, os municípios necessitam de emendas parlamentares e recursos do governo federal. “Essa é a parceria que tem que ter entre o municípios, o estado, a União e o parlamento. Deputados estaduais, federais, senadores são eleitos para fiscalizar, fazer lei, mas também destinar emendas e pegar na mão dos prefeitos. Prefeitos que se isolam não tem condições de acessar recursos.” 

Raquel Franco
Natural de Brasília, formou-se em produção em comunicação e cultura e em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também é fotógrafa formada pelo Labfoto. Foi trainee de jornalismo ambiental na Folha de S.Paulo.

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