Ao comprar briga com Padilha, Lira coloca em risco sucessão de apadrinhado
O candidato de Lula a presidente da Câmara não será o de Lira
A declaraçõ o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL) contra o ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Alexandre Padilha, ao chamá-lo de “incompetente” e o promover publicamente à condição de seu “desafeto pessoal”, só fez antecipar para ele um problema com o Planalto que pode lhe render a não sucessão do seu apadrinhado Elmar Nascimento (União-BA) para a sua cadeira em 2025.
A birra de Lira com Padilha, confome a coluna de Ricardo Noblat, do Metrópoles, vem desde o início do governo, mas agravou-se com a decisão tomada pela maioria da Câmara de confirmar a prisão do deputado Chiquinho Brazão, suspeito de ser um dos mandantes da morte de Marielle Franco.
O candidato de Lira à sua sucessão na presidência da Câmara Elmar, líder do União-Brasil, partido que se apressou em expulsar Chiquinho Brazão dos seus quadros. Nascimento, contudo, liderou a campanha para soltar Brazão.
Nos bastidores, conforme Noblat, não por estar convencido da inocência dele, pois se estivesse, não concordaria com sua expulsão do partido. Elmar, conforme ele, queria demonstrar ao Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a prisão de Brazão, que tem muita força dentro da Câmara.
Mas ele jamais agiria assim sem o consentimento de Lira, seu padrinho. De resto, por trás de Nascimento e de Lira havia Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, no passado cassado por corrupção, e no presente uma espécie de “deputado oculto”.
Com frequência, Cunha despacha no gabinete de sua filha, Danielle (União Brasil-RJ). Cunha tem contas a acertar com o Supremo. Daí seu empenho em libertar Brazão, aliado dele no Rio. Nascimento e Lira foram alunos de Cunha quando ele mandava na Câmara.
Padilha, por sua vez, foi o emissário de Lula junto aos deputados para convencê-los a votar a favor de manter Brazão atrás das grades, e Lira não gostou disso nem um pouco. Como não poderia bater em Lula, bateu forte em Padilha. O troco veio ontem. E foi Lula quem deu:
“O Padilha está no cargo que parece ser o melhor do mundo nos primeiros seis meses, e depois começa a ser um cargo muito difícil. […] É o tipo do ministério que a gente troca a cada seis meses, para que o novo titular faça novas promessas. Mas só de teimosia, o Padilha vai ficar muito tempo nesse ministério, porque não tem ninguém melhor preparado para lidar com a adversidade dentro do Congresso do que o companheiro Padilha”, disparou o presidente.
Lira arriscou-se a ouvir o que não queria, e ouviu. Lula não está disposto a passar a mão na cabeça dele quando chegar a hora de eleger seu substituto. Faltam apenas 9 meses e poucos dias.
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