Publicado em 28/02/2024 às 09h30.

Após inviabilização da candidatura de Falcão, PCdoB anuncia que faltará à votação do TCM

Sigla afirma que a ausência da inscrição do parlamentar faz parte do "rolo compressor" do governo petista

Gabriela Araújo
Foto: Jorge Jesus/bahia.ba

 

Após o deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB) ser limado da disputa para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), o PCdoB divulgou uma nota de repúdio a ação e comunicou que não participará da votação sobre o cargo na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), previsto para acontecer na próxima terça-feira (5), após sabatina dos candidatos na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

“Diante de tais acontecimentos e resguardando nossa autonomia política, definimos por não comparecer para votar no dia da eleição do conselheiro na Assembleia Legislativa, deixando claro publicamente que não aceitamos a postura desrespeitosa a que fomos submetidos. E mais adiante, vamos examinar melhor o caso na direção do partido para tirar as devidas consequências”, diz nota da sigla, nesta quarta-feira (28).

Falcão contava apenas com dois caminhos para viabilizar a sua candidatura à vaga: ser indicado pela Mesa Diretora ou com o aval direto do presidente da Casa. Em nenhum desses, o comunista obteve êxito, o que deixou o parlamentar fora da disputa. A Mesa Diretora, por sua vez, se reuniria na terça-feira (27), mas apenas quatro parlamentares compareceram ao encontro, incluindo o presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD).

Aliado de primeira hora do governo petista na Bahia, a legenda afirmou que a inviabilização da candidatura do correligionário marca uma ruptura do acordo proposto pela gestão estadual. As inscrições para a cadeira deixada pelo conselheiro Fernando Vitta, em dezembro, encerram ontem.

“Como se sabe, o PCdoB indicou o respeitado deputado Fabrício Falcão para participar do processo de eleição do Conselheiro do TCM na Assembleia Legislativa. Ele reúne as qualidades técnicas, políticas e profissionais para a ocupação da vaga, já que tem vasta experiência parlamentar e formação acadêmica. A apresentação também foi decorrente de um compromisso do governo em torno da indicação de um quadro do PCdoB, depois de na eleição anterior, na qual o deputado Fabricio também era candidato, a candidatura foi retirada para atender um apelo para o apoio a Aline Peixoto”, diz um trecho do comunicado.

O ato foi interpretado pela sigla como “um verdadeiro rolo compressor” da base governistas, em prol da candidatura do deputado Paulo Rangel (PT), que contou com 32 assinaturas para a inscrição. A nota ainda pontua que a “ação é absolutamente injustificável”.

“Não somente foi ignorado o acerto em torno da indicação desta vaga, como foi montada uma operação – um verdadeiro rolo compressor – de inviabilização até mesmo da inscrição para a disputa na Assembleia, não permitindo nem o direito democrático do deputado candidatar-se – uma ação absolutamente injustificável, quando se trata de impedir a qualquer custo o protagonismo de um aliado histórico do PT desde 2006, ano em que derrotamos o carlismo na Bahia”, destaca.

Além de Rangel, o cargo conta também com a inscrição do ex-presidente da Casa, Marcelo Nilo (Republicanos), indicado pelo grupo de oposição.

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