Publicado em 13/09/2021 às 10h30.

Após mortes de PMs, Rui critica legislação: ‘policiais estão enxugando gelo’

Governador diz que policiais enfrentam bandidos com fuzil, metralhadora, pistola automática e equipamentos sofisticados

David Mendes

 

Foto: Divulgação / Governo da Bahia
Foto: Divulgação / Governo da Bahia

 

O governador Rui Costa (PT) defendeu a necessidade de uma reforma no atual código penal brasileiro, ao lamentar e prestar solidariedade aos dois policiais militares mortos durante operações em Salvador e em Porto Seguro, neste final de semana.

“Infelizmente tivemos o óbito de um tenente, vai aqui a minha solidariedade. No sábado perdemos um soldado em Porto Seguro. Já repeti isso dezenas de vezes, vai a minha revolta com esse modelo criminal existente no Brasil. A lei criminal precisa mudar rapidamente. É inaceitável que a mesma pessoa seja presa uma, duas ou três vezes, muitas respondendo por crime de homicídio”, condenou, durante entrevista à Rádio Metrópole, na manhã desta segunda-feira (13).

O líder baiano afirmou ainda que, como cidadão, pai de família, considera “inaceitável”.

“Não sou jurista, não sou formado em Direito, mas estou falando como pai de família. Não aceitaria, em nenhuma hipótese, um filho meu ser morto por um bandido e depois de dois ou três anos de cumprir pena ele esteja solto. Eu não aceitaria e me revoltaria. A vida é um bem sagrado que Deus nos deu”, lamentou

Para Rui, a política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em querer facilitar o acesso a armas de fogo também contribuiu para o crescimento da violência.

“O Brasil virou um dos maiores consumidores de drogas do mundo e 80% dos homicídios no país estão vinculadas ao tráfico, e é o tráfico de drogas é quem financia o crime organizado, a morte de adolescentes e de policiais, isso acrescido a essa atitude irresponsável do presidente da República que liberou e facilitou o uso e a compra de armas no país”, disse.

Para o chefe do Executivo baiano, é visível o crescente número de armas em circulação no país.

“Sei que alguém pode dizer: ‘só foi liberado para pessoas de bem, de família’, mas, independentemente de quem compra, essas armas acabam chegando nas mãos dos bandidos. E hoje, a polícia tem que ir para rua pra enfrentar bandido com fuzil, metralhadora, pistola e com equipamentos sofisticados, e mesmo essas pessoas sendo presas, rapidamente contratam escritórios fortes de advocacia, com bastante influência e, com base na lei, essas pessoas são colocadas em liberdade (… ) Pela frouxidão da legislação brasileira, os policiais estão enxugando gelo”.

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