Publicado em 12/09/2024 às 17h33.

Assessor de André Janones indiciado pela PF é candidato pelo PT a vereador

Rachadinha: indiciado junto com parlamentar pela Polícia Federal, ex-assessor do deputado é candidato a vereador pelo PT

Redação
Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

Ex-assessor de André Janones (Avante-MG) na Câmara, Alisson Camargos foi indiciado pela Polícia Federal (PF) junto com o deputado nesta quinta-feira (12) na investigação sobre o suposto esquema de rachadinha. Nas eleições municipais deste ano, Alisson será candidato a vereador pelo PT em Ituiutaba, reduto de Janones. A informação é da coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles.

Após deixar o gabinete do deputador, Alisson se tornou secretário municipal de Meio Ambiente. Em 2016, André Janones foi candidato a prefeito no município e ficou em segundo lugar, com 13 mil votos. No áudio revelado pela coluna, o deputado cobra a devolução do salário dos funcionários alegando necessidade de quitar parte de uma suposta dívida acumulada por causa da campanha.

A coluna de Cappelli aponta que segundo o depoimento de ex-colegas de gabinete, Alisson falava sobre a efetivação do esquema de rachadinha. Além dele, Mário Celestino da Silva Júnior, outro ex-assessor de Janones, também foi indiciado. Ele trabalhou para Janones em 2022.

“A investigação das movimentações financeiras de Mário e Alisson, bem como os próprios dados bancários e fiscais do parlamentar, confirmaram as suspeitas iniciais. Essas análises permitiram inferir que esses assessores atenderam à solicitação, conforme o registrado no áudio, e devolveram parte de suas remunerações por meio de diferentes mecanismos”, diz trecho do relatório da PF, obtido pela coluna.

Ainda segundo o Metrópoles, o parecer indica que Mário gastou R$ 1,1 milhão no cartão de crédito entre 2019 e 2023, mas sua renda durante o período foi de R$ 940 mil. Os investigadores descobriram que o assessor tinha um cartão adicional, no nome de André Janones. “Ao que tudo indica, o único objetivo de Mário ao emitir o cartão adicional era o de repassar parte da sua remuneração para o parlamentar”, aponta a PF.

No caso de Alisson, os investigadores encontraram um padrão de saques em espécie após o recebimento do salário. A PF considerou que esse costume, junto com um áudio no qual ele admite a devolução do dinheiro, formou forte indício do cometimento de corrupção passiva. A gravação do pedido de devolução de salário foi exposta em novembro 2023. Desde então, o deputado se tornou alvo de pedido de cassação, arquivado no Conselho de Ética da Câmara. O inquérito policial, porém, continuou.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.