Publicado em 22/11/2019 às 15h05.

Associação de universidades federais vai à Justiça contra ministro da Educação

Para Andifes, titular do MEC pode ter cometido crime de responsabilidade, improbidade, difamação ou prevaricação ao dizer que há "plantações extensivas de maconha" nas universidades

Rodrigo Aguiar
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

Sob pressão no cargo, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pode ter cometido “crime de responsabilidade, improbidade, difamação ou prevaricação”, segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Em nota divulgada nesta sexta-feira (22), a entidade anunciou que tomará providências jurídicas para apurar eventual crime, após Weintraub afirmar que algumas universidades têm “plantações extensivas de maconha” e produzem drogas sintéticas em seus laboratórios.

“Se o Sr. Ministro da Educação busca, mais uma vez, fazer tais acusações para detratar e ofender as universidades federais perante a opinião pública, mimetizando-as com organizações criminosas, ele ultrapassa todos os limites da ética pública, indo aliás muito além até de limites que já não respeitava. Nesse caso, o absurdo não tem precedentes”, diz a associação.

“De outro lado, se o Sr. Ministro, enquanto autoridade pública, efetivamente sabe de fatos concretos, sem todavia apontar e denunciar às autoridades competentes de modo específico onde e como ocorrem, preferindo antes usá-los como instrumento de difamação genérica contra todas as universidades federais brasileiras, poderá estar cometendo crime de prevaricação”, acrescenta a Andifes.

Segundo a entidade, o titular do MEC “parece nutrir ódio pelas universidades federais brasileiras”. “Todos já vimos tal agressividade ser dirigida, por exemplo, contra estudantes (sobretudo as suas lideranças), contra professores — tratados como marajás, ‘zebras gordas’ — e mesmo contra gestores (sobretudo gestoras), como se fossem adversários”, afirma a associação.

Ao final da nota, a Andifes diz que as universidades públicas são “essenciais à soberania nacional, ao desenvolvimento econômico e à formação das nossas futuras gerações”.

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