Publicado em 30/06/2025 às 13h35.

Ato de Bolsonaro contra o STF em SP registra menor público de uma manifestação do tipo desde 2022

A manifestação, nomeada de “Justiça Já”, reuniu cerca de 12,4 mil pessoas

Redação
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

 

O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em São Paulo, na Avenida Paulista, no domingo (29), contou com o menor número de participantes na capital paulista desde que Bolsonaro deixou a presidência, no final de 2022, é o que aponta um levantamento feito pelo Monitor do Debate Público do Meio Digital, da Universidade de São Paulo.

Segundo matéria do InfoMoney, a manifestação, nomeada de “Justiça Já”, reuniu cerca de 12,4 mil pessoas. O ato foi voltado a discursos centrados em críticas ao governo Lula, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e as perspectivas para a eleição de 2026. Houve também pedidos de anistia aos condenados pelos ataques golpistas do 8 de janeiro de 2023, apesar de mais discretos.

“Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil”, disse Bolsonaro, que é réu no STF. “Não interessa onde eu esteja. Aqui ou no além, quem estiver na liderança (do Congresso) vai mandar mais que o presidente da República”, completou.

O foco das críticas ao STF ocorre em meio ao julgamento de Bolsonaro na Corte. O ex-presidente, inelegível até 2030, corre também o risco de ser preso por tentativa de golpe. Bolsonaro também articula a eleição de seus aliados no Congresso, já que, se tiver maioria no Senado, por exemplo, seu grupo político poderia aprovar até mesmo o impeachment de ministros do STF. O principal alvo é Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre o 8 de janeiro de 2023.

“A gente está aqui para pedir anistia e pacificação”, disse o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao lado de Bolsonaro.

Cotado para substituir o ex-presidente na chapa de 2026, Tarcísio estimulou o público a gritar “Fora PT” e “Volta, Bolsonaro”. “Vamos dar essa resposta no ano que vem, porque vamos nos reencontrar com a esperança, com a nossa vocação de ser grande. Vamos nos reencontrar com esse líder”, afirmou.

Outros três governadores compareceram ao ato: Romeu Zema, de Minas Gerais, Cláudio Castro, do Rio de Janeiro e Jorginho Melo, de Santa Catarina. Os três, porém, não discursaram.

Os outros três governadores presentes – Romeu Zema (Minas Gerais), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Jorginho Mello (Santa Catarina) não discursaram.

Mesmo com o ato do domingo esvaziado, Bolsonaro não passou recibo. “Faço um desafio à esquerda de colocar nas ruas um terço da quantidade de gente que nós colocamos”, disse.

Queda

Apesar da declaração do ex-presidente, o público de suas manifestações tem caído a cada nova edição. Em fevereiro de 2024, quando o ex-presidente esteve na mesma avenida pedindo anistia aos condenados do 8 de Janeiro, 185 mil pessoas passaram por lá, de acordo com o monitor da USP. Já no último, realizado em 6 de abril, foram apenas 44,9 mil.

 

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), atribuiu o baixo comparecimento à proximidade das férias de julho e ao jogo do Flamengo contra o Bayern de Munique pela Copa do Mundo de Clubes.

“Make Brazil great again!”, exclamou Bolsonaro, em uma tentativa de falar inglês, mais uma vez, referenciando o bordão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Uma das faixas próximas ao carro de som da passeata lia-se as inscrições “Bolsotrump” e “Trumponaro”. Havia também cartazes com críticas às urnas eletrônicas.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.