Publicado em 27/03/2024 às 18h39.

Bolsonaro diz a Moraes ser ‘ilógico’ imaginar que ida à embaixada poderia ser fuga

A afirmação consta da resposta ao questionamento do magistrado sobre o episódio, revelado nesta semana pelo jornal New York Times

Redação
Fotos: Marcos Corrêa/PR/Wilson Dias/Agência Brasil

 

O argumento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua defesa ao ministro Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal (STF), é de que não tinha receio de ser preso quando passou duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília. “É ilógico pensar em tentativa de fuga”, afirma Bolsonaro.

A afirmação consta da resposta ao questionamento do magistrado sobre o episódio, revelado nesta semana pelo jornal New York Times. Segundo documento que será encaminhado pela defesa de Bolsonaro nesta quarta-feira (27) ao STF, não existia temor de que o ex-mandatário fosse detido e por isso precisasse fugir.

“A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”, disseram os advogados. “Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário [Bolsonaro] à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”, argumentaram os advogados.

Imagens analisadas pelo jornal americano mostram o ex-presidente chegando à missão diplomática da Hungria no dia 12 de fevereiro deste ano, quatro dias depois de a Polícia Federal apreender seu passaporte em operação que apura uma suposta trama para dar um golpe de Estado.

Depois de o episódio vir à tona, a Polícia Federal passou a investigá-lo e Moraes pediu esclarecimentos. Os advogados de Bolsonaro alegaram ao ministro que a PF já havia cumprido uma série de diligências no dia 8 de fevereiro deste ano. Portanto, se houvesse a intenção de prender o ex-presidente, já teriam o feito na data.

Além disso, reforçam que Bolsonaro foi ao local para manter a relação com autoridades estrangeiras. A defesa argumenta que ele tem vida política ativa, apesar de não estar mais ativo no mandato.

“A título de exemplo, esteve na posse do presidente Javier Milei da Argentina, oportunidade em que peticionou perante este juízo informando previamente da viagem, e recebeu, recentemente, o convite do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para visitar o referido país, viagem que, hodiernamente, aguarda autorização desta Suprema Corte”, diz.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.