Publicado em 03/07/2020 às 14h25.

Caseiro de imóvel em Atibaia era olheiro de Wassef, diz empresário

Em entrevista ao jornal O Globo, dono de loja de conveniência relatou que o funcionário contava para o patrão tudo o que acontecia

Redação
Foto: Reprodução/SBT
Foto: Reprodução/SBT

 

O caseiro do sítio onde Fabrício Queiroz foi preso, em Atibaia, era olheiro de Frederick Wassef, dono do imóvel. A informação, passada por um empresário ao jornal O Globo, reforça indícios de que o ex-advogado da família Bolsonaro controlava a rotina do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro.

“Eu fui algumas vezes lá. Tinha dois quartos (um dele ficava trancado), um banheiro e uma sala grande. Nos fundos, ficava o caseiro, que era como se fosse um olheiro. Contava tudo para o patrão. Tudo o que acontecia eu acho que o cara passava para frente. Quem foi, quem não foi. Ele não ficava preso. Não era obrigado a não sair. Mas com certeza os passos dele estavam sendo monitorados por alguém, entendeu?”, relatou Daniel Bezerra de Carvalho, dono de uma loja de conveniência em Atibaia.

Queiroz foi preso no sítio, no âmbito da investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre o esquema de “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O ex-policial é apontado como operador financeiro do esquema no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando ele ainda era deputado estadual.

De acordo com O Globo, Carvalho disse que Queiroz, a esposa Márcia Oliveira Aguiar e a advogada Ana Flávia Rigamonti, que trabalhava pra Wassef, costumavam almoçar e jantar na loja de conveniência. O empresário relatou que a amizade com Queiroz começou daí, e em alguns momentos ele chegou a ajudá-lo, como quando relatou ter levado Queiroz para fazer cirurgia na próstata e um procedimento em um dos olhos em clínicas de saúde de Bragança Paulista.

Carvalho ainda contou em entrevista à publicação que frequentava o mesmo clube de tiro que Wassef, e chegou a convidar Queiroz também. O ex-assessor de Flávio, no entanto, declinou por não querer ser reconhecido.

Sobre as informações, Wassef disse ao Globo que é vítima de perseguição e fake news, porque não monitorou Queiroz nem escondeu o ex-assessor – que não era nem procurado, nem foragido da Justiça. Segundo o advogado, ele só permitiu uso de uma propriedade para que uma pessoa se acomode quando bem entenda.

O caseiro citado por Carvalho, Orlando Novaes, não foi encontrado para comentar o assunto. A advogada Ana Rigamonti não se manifestou.

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