Publicado em 02/12/2015 às 18h10.

Cunha autoriza processo de impeachment de Dilma Rousseff

Pelo twitter, o deputado disse que atendeu a um pedido das ruas, mas nos bastidores afirma-se que a ação foi uma resposta aos colegas que querem sua cassação

Redação

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informou que deferiu o pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, de autoria dos juristas Helio Bicudo, Reale Jr. e Janaina Paschoal. Segundo Cunha, a aceitação de pedido tem natureza técnica. Ele disse ainda que o processo seguirá a tramitação normal, com ‘amplo direito ao contraditório’.

Em seu twitter, o peemedebista disse que atendeu a um pedido das ruas. Com a aceitação do pedido, que se baseia na acusação de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, uma comissão de deputados será criada para emitir um parecer sobre a abertura efetiva ou não do processo de impedimento da presidente. 

“Não ficaria com isso na gaveta sem decidir”, afirmou o parlamentar, ressaltando que “nunca na história de um mandato” houve tantos pedidos para afastamento do presidente.

Cunha afirmou que o pedido seguirá “processo normal”, dando amplo direito ao contraditório ao governo, e negou indiretamente uma atitude de revanche em relação ao governo. “Minha posição será a mais isenta possível, sem nenhum espírito de torcida”, afirmou. Na tarde desta quarta-feira, 2, a bancada do PT havia decidido votar contra o peemedebista no Conselho de Ética.

“Não tenho nenhuma felicidade de praticar esse ato”, disse. “A decisão é de muita reflexão e de muita dificuldade”. O presidente da Câmara afirmou que o País passa por muitas crises e que é preciso que a possibilidade de afastamento da presidente seja uma questão a ser enfrentada.

No início da coletiva de imprensa, Cunha afirmou que refutou pedidos baseados em acusações sobre mandatos anteriores ao atual e disse que entendeu como constrangimento acusações, divulgadas pela imprensa na segunda-feira, 30, de que teria recebido dinheiro do BTG em troca de aprovação de medida provisória que favoreceu o banco.

twitter
No twitter, deputado diz que aceitou pedido das ruas

Esse parecer terá ainda de ser votado em plenário e, em caso de decisão de abrir processo de impeachment, ele irá ao Senado e Dilma será afastada do cargo até o julgamento.

Nos bastidores, afirma-se que o deferimento do pedido por Cunha foi uma resposta à continuidade dos tramites para a cassação de seu mandato como parlamentar pelos deputados federais do PT.  Nesta quarta, a votação que iria dizer se o processo de cassação vai seguir adiante ou não, foi adiado.

Desde que passou a ser acusado de desvio de verba e sonegação, Cunha havia aparentemente dado uma trégua ao processo de impeachment da presidente com objetivo de “negociar” com os parlamentares petistas a sua permanência na Câmara e na presidência da Casa.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.