Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
Cunha desce a ladeira e leva com ele a credibilidade dos políticos
Convém sempre olhar de banda quando se vê um político chamando outro de corrupto. Não que não seja. Mas porque, salvo raras exceções, nesse campo são poucos os que praticam o que pregam.
O que mais se vê é o uso dos bons princípios, como o dever da seriedade no trato da coisa pública, para atingir os adversários.
Veja o caso de Eduardo Cunha, o presidente da Câmara.
Lula sempre disse aos petistas com os quais dialoga que mais importante do que cassar Eduardo Cunha é preservar a governabilidade de Dilma.
O PSDB, por sua vez, nunca fez segredo que precisava de Cunha para atingir o seu objetivo maior, derrubar Dilma. E em nome disso, mandaram as acusações contra Cunha às favas.
Cunha, por sua vez, barganhou com o impeachment. Quer preservar o mandato para livrar-se da cadeia. Para a oposição, ele oferecia tocar o processo adiante. Para o governo, barrar o andamento.
Deu o governo. O PSDB, que nunca ligou para a imoralidade de ver um bombardeado de denúncias no comando da Câmara dos Deputados, passou a ligar. E os partidos governistas, 12 deles, o PT incluso (não poderia deixar de ser) subscreveram documento de apoio a Cunha.
No Brasil, a imunidade instituída para garantir ao parlamentar a liberdade plena no exercício do mandato, virou impunidade para corruptos. E agora a pergunta: e Cunha escapa ou não?
Da presidência da Câmara, com certeza não, é o que dizem os baianos em Brasília. Da cassação, talvez. Além dos apoios que amealhou negociando com o impeachment, contam em Brasília que ele tem vasto leque de seguidores.
Gente que ele ‘ajudou’ na campanha.
Dê no que der, o caso Cunha virou emblemático. Serviu para ilustrar a desfaçatez do mundo político. Ou melhor, para desnudar muito satanás pregando quaresma.
Como diria o poeta, é triste, mas é assim.
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