Publicado em 25/07/2019 às 11h14.

De Formosa a Casa Nova, as terras dos ovos de ouro entram no olho do furacão

Terras que nada valiam acenderam a cobiça de alguns a partir da implantação das torres para a energia eólica

Levi Vasconcelos

Quem tem razão na eterna guerra por terras em Formosa do Rio Preto, lá na divisa da Bahia com o Piauí?

Sabe-se lá. Há mais de 30 anos, José Valter Dias se diz dono de mais de 300 mil hectares de terras. Não é pouca coisa. O município de Salvador inteiro tem 70 mil hectares, isso quer dizer que a área em litígio é quatro vezes e alguns quebrados maior. E a partir daí se aí abriu a guerra sem fim, com imbricamentos que levaram alguns magistrados ao CNJ, incluso o presidente do TJ, Gesivaldo Brito. Ontem, uma ação policial prendeu suspeitos de propagar fake news contra magistrados.

A guerra em Formosa nasceu justo no momento em que o oeste baiano começou a ser a galinha dos ovos de ouro para o agronegócio. Em Casa Nova, município vizinho, o vetor foi outro: terras que nada valiam acenderam a cobiça de alguns a partir da implantação das torres para a energia eólica. Ou seja, áreas no meio do nada que viviam lá esquecidas, com os seus ocupantes, de repente viram uma tempestade de donos. Mas o problema está sendo minado no nascedouro.

Vacina eficaz

Segundo o deputado Tum (PSC), que é produtor de frutas lá, de repente começaram a aparecer donos de mais de dois terços das terras do município, desalojando donos das áreas de pai para filho:

— Ministério Público, governo, cartórios, montaram um grupo que faz uma rigorosa triagem sobre as escrituras, e com isso, mais de 100 escrituras já foram anuladas.

Segundo Tum, o trabalho que vem sendo feito é respeitável, leva em consideração as pessoas que ocupam as terras há décadas, em cadeias sucessórias familiares.

— Dá para respirar em paz.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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