Publicado em 30/11/2015 às 11h51.

De Ponta a Ponta: Candeias

Elieser Cesar

A chama política de Candeias, na Região Metropolitana do Salvador, ainda continua em fogo brando, embora não faltem pré-candidaturas a prefeito para acender a fogueira eleitoral.  Ali, a ficha suja parece pairar sobre os tradicionais representantes das oligarquias locais, como os grupos políticos da ex-prefeita Maria Maia, cujo mandato foi cassado pela justiça eleitoral, em 2012, e Tonha Magalhães, às voltas com problemas judiciais.

Lá, o prefeito Francisco Conceição, o Sargento Francisco (PSD), não pode se candidatar porque vem exercendo o segundo mandato consecutivo, embora só tenha sido eleito para um deles. Em abril de 2012, Sargento Francisco, então presidente da Câmara Municipal, assumiu a Prefeitura com a cassação, pelo Tribunal Regional Eleitoral, do mandato de Maria Maia (PMDB) e de seu vice, Antônio Raimundo dos Santos (PT). Maria Maia foi acusada de abuso do poder econômico, gastos não contabilizados de campanha (caixa 2), além do recebimento de R$ 266 mil de uma doadora que morreu, nos Estados Unidos, quatro anos antes do último pleito.

Naquele mesmo ano, o prefeito, então no PMDB, se reelegeu com 18.912 votos (40,8%), batendo a forte candidatura da ex-deputada federal Tonha Magalhães (PR), duas vezes prefeita de Candeias, que obteve 14.099 votos (30,2%); e o secretário da Fazenda do governador Jaques Wagner, Carlos Martins, que recebeu 7.876 votos (16,87%). Naquela mesma eleição, o deputado estadual Sargento Isidório, à época no PSB, o segundo mais votado para a Assembleia Legislativa da Bahia, em 2014, com mais de 123 mil votos, recebeu apenas 2.266 votos (4,85%). Empolgado pela expressiva votação e insuflado pelo governador Rui Costa, que tudo faz para inflar o número de candidatos em Salvador, para tentar levar a eleição para o segundo turno num cenário em que o prefeito ACM é favorito à reeleição, Isidório mudou de partido (está agora no PROS) para disputar a Prefeitura a capital. Em Candeias, ele irá apoiar Carlos Martins, o pré-candidato do PT de Rui Costa.

Acusada de improbidade administrativa pelo Ministério Público da Bahia, Tonha Magalhães não sabe se entrará na disputa. O Tribunal de Justiça da Bahia considerou parcialmente procedente a Ação Civil Pública impetrada contra a ex-prefeita e a obrigou a ressarcir os cofres públicos em R$ 6.184,56 por sobrepreço na contratação de empresa. A pré-candidatura mais falada em Candeias é a do vereador Dr. Pitágoras (PP), que vem trabalhando como candidato em campanha com trabalho voluntário de atendimento aos pacientes menos favorecidos em sua residência e distribuindo sopa nos distritos mais carentes da cidade.

No município, apresentam-se também como pré-candidatos, o vice-prefeito Bom Jorge, de malas prontas para o PSD, pulo que o credencia para ser o candidato do prefeito, ex-vereador e secretário de Esportes, Antônio Gilson, o Bobó (atualmente sem partido), a vereadora Marivalda Silva (PT), o presidente da Câmara, Gil Soares (PTB), e o ex-vereador Jair Cardoso (PDT). Um dos pré-candidatos com poucas chances admitiu que a campanha deve se polarizar entre os grupos de Tonha Magalhães (ela ou quem ela apoiar) e Carlos Martins, com a bênção do governador Rui Costa.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.