Publicado em 17/06/2016 às 07h20.

Delação de Machado sugere que Camargo Corrêa omitiu propina

Ele afirma que deu R$ 400 mil em propina a José Sarney Filho, em 2010, quando ele era candidato a deputado federal pelo PV no Maranhão

Redação
O ex-presidente da Camargo Corrêa (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O ex-presidente da Camargo Corrêa (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

 

A delação do ex-presidente da Transpetro sugere que a Camargo Corrêa omitiu dois pagamentos de suborno. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Sérgio Machado afirma que deu R$ 400 mil em propina a José Sarney Filho, em 2010, quando ele era candidato a deputado federal pelo PV do Maranhão.

O recurso teve origem em subornos pagos por Camargo Corrêa e Queiroz Galvão e foi entregue à campanha como contribuição oficial, ainda de acordo com a deleção do ex-dirigente da Transpetro. Machado contou em depoimento a procuradores da Lava Jato que a maioria das doações legais para partidos era, de fato, suborno.

Hoje, Sarney Filho é ministro do Meio Ambiente do presidente interino Michel Temer e nega ter recebido recursos ilegais do ex-aliado de seu pai. O próprio Machado diz ter recebido R$ 350 mil em dinheiro de Luiz Nascimento, um dos sócios da Camargo Corrêa, que é casado com uma das filhas de Sebastião Camargo (1909-1994).

O valor foi entregue na casa do empreiteiro em 1998 para a campanha do PSDB porque “a Camargo Corrêa sempre foi um grande doador das campanhas tucanas”. A doação equivale hoje a R$ 1,5 milhão. Pelo acordo que firmou com o governo, a empresa tem até o próximo mês para complementar ou corrigir as informações prestadas.

Os procuradores ainda não decidiram o que fazer com as omissões da Camargo Corrêa. Uma das possibilidades é que Luiz Nascimento tenha que aderir ao acordo de delação e narrar porque, na versão de Machado, pagou suborno ao PSDB. Antes de ingressar no PMDB, ele foi tucano. O PSDB nega ter recebido qualquer recurso ilegal de Machado.

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