Deputado critica anuário que coloca a Bahia como estado com polícia mais letal do país
De acordo com o relatório, 1.556 pessoas foram mortas em ações envolvendo policiais civis e militares baianos ao longo de 2024

O deputado federal Capitão Alden (PL-BA), vice-líder da oposição na Câmara dos Deputados, criticou os dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Anuário da Segurança Pública de 2025, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que apontam a Bahia como o estado com a polícia mais letal do país pelo terceiro ano consecutivo.
De acordo com o relatório, 1.556 pessoas foram mortas em ações envolvendo policiais civis e militares baianos ao longo de 2024. Apesar de representar uma queda de 8,6% em relação aos 1,7 mil casos registrados no ano anterior, o estado segue liderando o ranking em números absolutos. Em termos proporcionais, a Bahia aparece como a segunda mais letal, com 10,5 mortes por 100 mil habitantes — atrás apenas do Amapá, que registrou 17,1 mortes por 100 mil habitantes. O anuário também aponta que um a cada quatro homicídios ocorridos na Bahia no ano passado teve participação policial.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Capitão Alden rebateu os números e questionou a forma como os dados são apresentados, criticando a cobertura de parte da imprensa e a atuação de organizações da sociedade civil. “Mais uma vez, a narrativa tenta inverter a lógica da verdade. Mas eu pergunto: quantas dessas mortes ocorreram em legítima defesa? Quantas dessas mortes foram no estrito cumprimento do dever legal? Quantos policiais foram efetivamente denunciados por uso inadequado ou irregular da força?”, questionou o parlamentar.
Segundo Alden, os números não levam em conta o contexto das ocorrências policiais e acabam deslegitimando o trabalho das forças de segurança. “Classificar friamente toda a ação policial como homicídio é uma covardia, é ignorar o contexto, as circunstâncias e a realidade brutal que enfrentamos todos os dias em nosso estado”, afirmou.
O deputado baiano também criticou a falta de destaque, segundo ele, aos casos de agentes mortos ou feridos em serviço. “Por que não divulgam também, com o mesmo destaque, o número de policiais mortos e feridos em serviço? Onde está a indignação com os policiais assassinados em emboscadas? Onde estão os dados sobre os que ficaram mutilados? Os que nunca mais puderam vestir a farda? Os que morreram defendendo pessoas que nem conheciam?”, voltou a perguntar.
Para Alden, há uma tentativa de “criminalizar quem combate o crime”, e ele defendeu uma postura mais firme do Estado no enfrentamento da violência. “Querem inverter papéis, transformar o mocinho em vilão e o bandido em vítima. Mas nós não vamos aceitar isso calados”, disse. “Aos bravos policiais da Bahia, minha admiração, meu respeito e minha continência, vocês não estão sozinhos”, completou Alden.
O Anuário da Segurança Pública de 2024 aponta que, em todo o país, 6.243 pessoas morreram em decorrência de intervenções policiais no ano passado, número 3,1% menor que o de 2023.
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