Publicado em 07/07/2020 às 13h07.

Deu a louca no baixo sul, com bancos fechados e o povo azoado

É a pandemia cada vez mais virando pandemônio

Levi Vasconcelos
Foto: Reprodução/ Facebook Prefeitura de Nazaré
Foto: Reprodução/ Facebook Prefeitura de Nazaré

 

A possibilidade de cada prefeito fazer o que bem entende criou um bom rebu no baixo sul, a faixa litorânea da Bahia entre o Recôncavo e a região do cacau, gerando um bate cabeça de consequências tão complexas quanto imprevisíveis.

Com 655 casos e 21 mortes hoje, sexta passada o prefeito de Valença, Ricardo Moura (PSD), decidiu deixar o comércio funcionando até meio-dia, mas com bancos e lotéricas fechados.

Ele acha que o problema é o Calçadão, o coração do comércio, que concentra bancos e lotéricas. De Nazaré, a 40 quilômetros de distância, a prefeita Eunice Peixoto (DEM) também reagiu ao seu modo: baixou portaria que, na prática, proíbe a entrada do povo de Valença lá.

Efeito cascata

Eunice gravou vídeo (logicamente tirando proveito da situação), e a prefeitura soltou nota: ‘Por mais exaustivo que seja, baixar a guarda não é opção quando o assunto é proteger nosso povo’.

Eunice resolveu dar uma de durona, mas colegas de outros municípios optaram por outro caminho, também fecharam bancos e lotéricas. Resultado: a aglomeração bancária ontem foi toda em Santo Antônio de Jesus, onde o prefeito Rogério Andrade (PSD) anda às voltas com 571 casos e 10 mortes, e ontem endureceu o jogo.

A questão: e depois, administrar pagamentos e recebimentos acumulados? Sabe lá Deus. É a pandemia cada vez mais virando pandemônio.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.