Publicado em 22/03/2016 às 14h40.

Dilma cita Brizola e diz que ‘não cabem meias palavras: é golpe’

Em evento com juristas contrários ao impeachment, presidente afirma que golpe de Estado pode se dar por várias "formas", ao falar de processo que tramita no Congresso

Rodrigo Aguiar
Brasília - DF, 22/03/2016. Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com Juristas pela Legalidade e em Defesa da Democracia. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Foto: Roberto Stuckert Filho / PR

 

A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta terça-feira (22) que não renunciará “em hipótese alguma” e disse que o processo de impeachment que tramita no Congresso é uma das “formas” de um golpe de Estado. “Não cabem meias palavras. O que está em curso é um golpe contra a democracia. […] Um golpe sempre será o que é: uma ruptura da legalidade, um atentado à democracia. Não importa se a arma é fuzil, vingança ou vontade política de alguns de chegar mais rápido ao poder”, declarou a presidente, em evento com juristas contrários ao impeachment.

A petista disse que, em um regime presidencialista, deve haver um crime de responsabilidade “claramente demonstrado” para o impedimento do chefe do Executivo nacional, o que não seria o seu caso. “Eu dirijo-me a vocês com a consciência tranquila de não ter cometido qualquer ato ilícito ou irregularidade. Atuei desde o início do meu primeiro mandato para combater de forma enérgica e continuada a corrupção, que sempre afligiu o Brasil”, discursou a presidente.

Em seu pronunciamento, Dilma também fez menção ao fundador do PDT, Leonel Brizola, notório crítico da Rede Globo, ao afirmar que nutria “respeito e admiração” pelo ex-líder político, “protagonista de inúmeras passagens da nossa história”. “Jamais imaginei que viveríamos novamente um momento de mobilizar a sociedade em uma campanha pela legalidade”, declarou a petista.

A presidente criticou ainda a oposição e, sem mencionar o seu nome, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). “Denuncio a estratégia do ‘quanto pior, melhor’, que parte das oposições assumiu desde o início do meu segundo mandato, inconformada com o resultado das urnas. Essa estratégia é uma ação sistemática, antirrepublicana e antidemocrática, que se manifestou em pautas bomba [no Congresso]”, discursou para os presentes, que gritaram por mais de uma vez: “Não vai ter golpe”.

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