Publicado em 25/03/2016 às 15h20.

Embaixada italiana nega suposto pedido de asilo de Lula

Em comunicado, a embaixada italiana no Brasil desmentiu reportagem publicada pela revista "Veja"

Redação
Foto: Reprodução/ Capa/ Veja
Foto: Reprodução/ Capa/ Veja

 

Em comunicado distribuído nesta sexta-feira (25), a embaixada italiana no Brasil desmentiu reportagem publicada pela revista “Veja” dando conta que o ex-presidente Lula e seus aliados mantido conversa com o embaixador Raffaele Trombetta sobre um suposto “plano secreto” para conceder asilo político na Itália ao petista e seus familiares.

A revista afirma que o ex-presidente utilizaria a dupla cidadania da ex-primeira-dama Marisa Letícia, que é extensiva aos familiares, para facilitar a saída do país:

“O fato de a ex-primeira-dama Marisa Letícia ter cidadania italiana e de o direito ser extensivo aos filhos igualmente investigados na Lava-Jato facilitava as coisas. Na reunião, os conselheiros debateram o roteiro jurídico para que o ex-presidente pudesse ser autorizado a deslocar-se da embaixada em que viesse a se asilar até o avião em que partiria para o exterior”, informa a reportagem.

Abaixo a nota da Embaixada da Itália:

“Em relação à matéria ‘O plano secreto’ publicada na última edição da revista Veja, a Embaixada da Itália declara:

1. As informações referentes à Embaixada e às supostas conversas do Embaixador Raffaele Trombetta são inverídicas.

2. Relativamente ao evento no Palácio do Planalto, a pessoa destacada na fotografia e sentada em uma das primeiras fileiras não é o Embaixador Trombetta, como pode-se constatar facilmente. O Embaixador Trombetta estava sentado, junto a todos os demais embaixadores, no espaço reservado ao corpo diplomático.

3. Na conversa telefônica citada, foi dito ao jornalista que não se queria comentar fatos que, no que tange à Embaixada, eram e são totalmente inexistentes.

Brasilia, 25 março de 2016″    

Reportagem – De acordo com a reportagem publicada pela Veja, a equipe da revista teria apurado “o fio da meada que leva a um plano secreto destinado a tirar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do Brasil, caso sua prisão seja decretada”.

Conforme a revista, o “plano prevê que Lula pediria asilo a uma embaixada, de preferência a da Itália, depois de negociar uma espécie de salvo-conduto no Congresso, que lhe daria permissão para deslocar-se da embaixada até o aeroporto sem ser detido – e, do aeroporto, voaria para o país do asilo.

Em uma cronologia do suporto plano, iniciada dia 6 de março, a Veja indica que ao perder o foro privilegiado e seu caso voltar às mãos do juiz Sergio Moro, em Curitiba após o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, suspender a posse de Lula como ministro da Casa Civil, numa decisão que teria caído como uma bomba no PT, Lula passava novamente a correr o risco de ser preso preventivamente a qualquer momento.

Diante disso, o ex-presidente teria resolvido “envolver-se pessoalmente no plano, que até aqui vinha sendo tocado sem a sua intervenção direta. Lula quis detalhes do assunto. Perguntou como deixaria o país sem ser capturado pela Polícia Federal, como seria o contato com as autoridades estrangeiras e quais seriam os desdobramentos para a sua família”, destaca a reportagem.

A matéria continua informando que, diante dos questionamentos de Lula, um pequeno grupo de advogados e políticos reuniu-se num endereço nobre de Brasília e detalhou de modo mais concreto o plano de emergência. Mesmo sem contar ainda com a resposta do embaixador Raffaele Trombetta, o grupo decidiu que a melhor opção era realmente a Itália.

O fato de a ex-primeira-dama Marisa Letícia ter cidadania italiana e de o direito ser extensivo aos filhos igualmente investigados na Lava-Jato facilitava as coisas. Na reunião, os conselheiros debateram o roteiro jurídico para que o ex-presidente pudesse ser autorizado a deslocar-se da embaixada em que viesse a se asilar até o avião em que partiria para o exterior. Ficou acertado que seria necessária “uma saída negociada” com as principais forças políticas de oposição, já que o salvo-conduto teria de ser previamente aprovado pelo Congresso.

A missão política foi delegada ao advogado Sigmaringa Seixas, ex-deputado do PT, e ao ex-ministro Nelson Jobim, que tem bom trânsito junto a diversos partidos. No PMDB, o primeiro a ser procurado foi o presidente do Senado, Renan Calheiros. Em seguida, acionou-se o ex-ministro Moreira Franco, por sua proximidade com o vice-presidente Michel Temer. (Com informações do JB e Veja)

 

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