Publicado em 03/09/2019 às 09h32.

Esposa de Ernesto Araújo pega carona em avião da FAB para ir a Paris

Prática é vetada por decreto e por cartilha de regras distribuída pelo presidente Jair Bolsonaro a seus subordinados

Redação
Foto: Valter Campanato/Ag. Brasil
Foto: Valter Campanato/Ag. Brasil

 

A esposa do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pegou carona em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para passar férias em Paris, na França. Maria Eduarda de Seixas Corrêa, que também é diplomata e trabalha como chefe da Divisão de Treinamento e Aperfeiçoamento, aproveitou-se da viagem do chanceler brasileiro à capital francesa entre os dias 20 e 25 de maio deste ano para viajar e hospedar-se sem custos na cidade – a prática é vetada em cartilha de regras distribuída pelo presidente Jair Bolsonaro. As informações são da Folha de S.Paulo.

Araújo cumpriu, à época, missão oficial, participando de um encontro da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e tendo sua hospedagem no Hotel Bedford, localizado no centro histórico de Paris, custeada pelo governo brasileiro. Além da rodada de reuniões na OCDE, Araújo também compareceu a um encontro da OMC (Organização Mundial do Comércio) e realizou uma agenda bilateral com chanceler francês, Jean-Yves Le Drian.

O decreto 4.244/2002, que dispõe sobre os voos da FAB, permite o uso da frota “somente” para o transporte de vice-presidente, ministros do Estado, chefes dos três Poderes e das Forças Armadas, salvo nos casos em que há autorização especial do ministro da Defesa – a norma não autoriza o embarque de pessoas sem cargo ou função pública. Além do decreto, há uma cartilha distribuída por Bolsonaro com normas e procedimentos éticos que seus subordinados deveriam seguir, que estabelece que somente o ministro e a equipe que o acompanha no compromisso podem utilizar as aeronaves.

A assessoria de imprensa do Itamaraty confirma que a mulher do ministro foi para a França de férias, tendo se hospedado com o marido, frisando, no entanto, que os custos de alimentação foram bancados por ela. Antes, em junho, Maria Eduarda já havia voado em um avião da FAB, em viagem a Buenos Aires. O Itamaraty argumentou, porém, que ela fez parte da comitiva oficial a Buenos Aires e participou de eventos ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“Tanto a Buenos Aires quanto a Paris a conselheira Maria Eduarda foi sem ônus para o governo. Ela não recebeu diárias e não houve nenhum custo adicional envolvido”, afirma o Itamaraty.

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