Publicado em 15/08/2025 às 09h40.

EUA acusam programa Mais Médicos de explorar profissionais cubanos

Washington sancionou na quarta-feira (13), ex-funcionários brasileiros do governo e da Opas, ambos ligados à iniciativa

Redação
Foto: Rafael Nascimento / MS

 

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil definiu na quinta-feira (14) o programa Mais Médicos como “um golpe diplomático que explorou médicos cubanos” e que “enriqueceu o regime cubano corrupto”. A declaração ocorre um dia após Washington anunciar sanções contra brasileiros, ex-funcionários do governo e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), ambos ligados à iniciativa.

Segundo a representação diplomática americana, as medidas compõem uma série de esforços dos EUA para “responsabilizar todos os indivíduos ligados a esse esquema coercitivo de exportação de mão de obra”.

O Departamento de Estado do país citou nominalmente Mozart Julio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor da pasta e ex-diretor de Relações Externas da Opas, hoje coordenador-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP30.

O comunicado acusa ainda as autoridades brasileiras de utilizar a Opas como intermediária para implementar o programa “sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros”, driblando sanções impostas pelos EUA a Cuba. O texto alega que os valores devidos aos médicos cubanos foram repassados ao governo de Havana, que teria privado a própria população de cuidados essenciais.

Washington afirma também que profissionais cubanos que participaram do programa relataram ter sido explorados pelo regime, o que reforçaria a acusação de trabalho forçado.

De acordo com matéria do portal InfoMoney, o episódio amplia a tensão diplomática entre os dois países, que já vinha se deteriorando com a imposição de tarifas de 50% a produtos brasileiros pelo governo Donald Trump, a suspensão de vistos de ministros e autoridades brasileiras, e a tentativa de intervenção do republicano no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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