Publicado em 08/03/2023 às 10h37.

Fabíola sobre TCM: ‘Entre candidatos qualificados, prefiro ir pela questão de gênero’

Apesar de citar "questão de gênero" para justificar voto em Aline, Fabíola destacou que é contra "'primeiro-damismo' de gente que não tem trabalho prestado"

Jamile Amine / Mattheus Miranda
Foto: Jamile Amine/bahia.ba

 

A deputada estadual Fabíola Mansur (PSB) reforçou, nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, que a escolha de votar na ex-primeira-dama, esposa do ministro da Casa Civil Rui Costa (PT), Aline Peixoto, para a vaga de conselheiro no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA), passa por uma necessidade do avanço da participação feminina na política.

Em entrevista ao bahia.ba, durante a abertura da Feira Março Mulher, na Arena Fonte Nova, em Salvador, a parlamentar destacou que “entre dois candidatos qualificados, ela prefere ir pela questão de gênero”. O pecuarista Tom Araújo (União Brasil) disputa a vaga com a ex-primeira-dama.

Ambos os postulantes foram sabatinados na última segunda-feira (6), e tiveram suas respectivas candidaturas aprovadas pela pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). A votação ocorre na sessão ordinária desta quarta-feira (8), a partir  das 14h30. Pelo regimento o término deve ocorrer por cerca das 18h, mas por acordo o tempo pode ser encurtado ou prorrogado.

Na entrevista, Fabíola voltou a minimizar as críticas da oposição envolvendo a ligação entre Aline Peixoto e o governo do estado, por ela ser esposa do ministro Rui Costa. “A gente não está defendendo uma pessoa que tecnicamente não tem competência. É diferente. Quero colocar sim essa questão de gênero. E por que não? Aline foi sabatinada com várias perguntas e passou pelo teste muito bem, assim como Tom”, disse.

A deputada defendeu, ainda, que o conselho do TCM adote uma postura cada vez “mais pedagógica” e “menos punitiva”. “A Lei de Responsabilidade Fiscal é importante no enfrentamento da corrupção, mas a gente tem que ver várias questões que acontecem, com a diminuição de receita, calamidades, redução de fundo de participação do município, e aí esse critério precisa de um acompanhamento mensal, de alertas mensais, que já têm, mas precisam ser fortalecidos e consolidados. Então, eu penso que a competência pra ser um conselheiro, ela pode ser contábil, ela pode ser jurídica e ela pode ser administrativa. Penso que uma mulher vai ter essa sensibilidade. Com experiência que Aline teve na saúde, ela vai ser uma excelente conselheira”.

Apesar de citar a “questão de gênero” para justificar o voto em Aline para a vaga no TCM, Fabíola destacou que é contra “o ‘primeiro-damismo’ de gente que não tem trabalho prestado”. Como exemplo, a deputada citou a esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que hoje preside o PL Mulher, no Partido Liberal, e está caminhando para ganhar espaço na política, sobretudo no campo evangélico.

“Michelle Bolsonaro não tem trabalho prestado algum. É uma ‘forçação de barra’. O primeiro-damismo é uma coisa que a gente quer desnaturalizar, a gente quer primeiras-damas que tenham suas competências profissionais próprias.[…] Aline foi uma grande protagonista na criação do Hospital da Mulher, tem sua digital na criação da UTI cirúrgica do Aristides Maltês, do Martagão, fez cursos para capacitação de educadores de creche. A Tatiana Velloso (esposa do governador Jerônimo Rodrigues) é uma professora, pró-reitora. Janja Lula da Silva, uma socióloga. O que a gente não quer, é que um cargo de um presidente ou governador apague a história de suas esposas por serem esposas. Agora, pessoas que tenham histórias, né?”, completou.

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