Publicado em 20/01/2016 às 10h46.

Geddel é acusado de ser lobista da OAS; ‘Nada de ilegal’, diz

Presidente do PMDB baiano pede “desculpa” por falar que em sua função "tinha de tratar com todo mundo, com puta, viado"

Rebeca Bastos
Foto: Valter Campanato/ Fotos Públicas
Foto: Valter Campanato/ Fotos Públicas

 

O presidente do PMDB na Bahia, Geddel Vieira Lima, avaliou como “recorte desproporcional” a reportagem divulgada nesta quarta-feira (20) pelo jornal O Globo, que o acusa de ser lobista da empreiteira OAS em contratos da prefeitura de Salvador, da Secretaria da Aviação Civil da Presidência e da Caixa Econômica Federal, banco em que ele foi vice-presidente de Pessoa Jurídica, de 2011 a 2013.

De acordo com a publicação, em outra frente, o também ex-ministro da Integração Nacional ainda fez pedidos de recursos à construtora para campanhas de aliados no interior estado e para a sua própria candidatura ao Senado em 2014, quando foi derrotado. Ao bahia.ba, Geddel alegou que a matéria fez distorções e disse que não há “absolutamente nada de ilegal no que foi publicado, uma vez que as atividades faziam parte das atribuições dos meus cargos”.

“Todas as coisas que se colocam na matéria são verdadeiras, pois era meu dever como vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa tratar de empréstimos como o que foi concedido à OAS. Já a questão dos aeroportos fez parte de um debate público amplamente debatido e de conhecimento geral”, justificou. O peemedebista também não nega que recebeu o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), seu atual aliado político, para tratar do empreendimento. “ACM Neto propôs como contrapartida a construção de uma ciclovia e de uma praça”, pontuou.

O ex-ministro pediu desculpas públicas sobre um trecho da conversa com o jornalista do O Globo quando disse que, devido à sua função, “tinha de tratar com todo mundo, com puta, viado” e ponderou que os termos foram usados em uma ocasião em que não pensava mais ser entrevistado.

Segundo a reportagem, mensagens entre ele e Léo Pinheiro, então presidente da OAS, revelam também que Geddel pediu emprego na companhia para um diretor da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) — autarquia ligada ao Ministério da Integração Nacional — que havia sido demitido três meses antes. O conteúdo aponta que o baiano faz referências como “a solução nos contempla” (a respeito do aumento das chances da OAS de participar de concessões de aeroportos).

A dobradinha de Geddel e Pinheiro aparece com detalhes em relatório da Polícia Federal que relata a comunicação via telefone celular encontrada em dois aparelhos do empreiteiro apreendidos em um mandado de busca. O documento detalha torpedos e menções a 29 políticos. Pelo Twitter, Geddel argumentou que as mensagens trocadas com o empreiteiro são “as mais explícitas” dentre as transcritas no relatório da PF.

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