General culpa Witzel por impunidade em caso Marielle
Nunes relacionou a mudança da equipe de investigadores à negligência em relação prisão dos mandantes da morte da ex-vereadora

O general Richard Fernandez Nunes relacionou a mudança da equipe de investigadores – chefiada pelo delegado Giniton Lages – à negligência em relação a prisão dos mandantes da morte de Marielle Franco. Richard era o secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro quando a vereadora do PSOL e o motorista Anderson Gomes foram assassinados, em 14 de março de 2018, há cinco anos.
Lages foi removido das investigações em 2019, após a prisão do sargento Ronnie Lessa e do ex-policial militar Élcio Queiroz, apontados como executores do crime. A decisão foi tomada pelo então governador Wilson Witzel. “Ela (Marielle) foi morta porque fazia parte de um grupo político, e grupos políticos contrariam determinados interesses”, afirmou o general.
As declarações do general estão em sua entrevista aos pesquisadores Celso Castro, Adriana Marques, Verônica Azzi e Igor Acácio para o livro Forças Armadas na Segurança Pública: a visão militar. Ao Estadão, ele confirmou o teor das declarações, feitas em 2021 e publicadas somente agora.
“Estava nítido para nós que era um crime encomendado, uma execução, tendo em vista a atuação política no Rio”. Conforme Nunes, para se fazer campanha no Rio, “o camarada tem que pedir voto ou em área controlada pelo tráfico ou por milícia”. “Migrar de uma área dessas para outra representa, do ponto de vista do político, um movimento muito arriscado.” Marielle começou a atuar em áreas onde milicianos faziam construções clandestinas e praticavam crimes ambientais.
O general comandou a Segurança até o fim da intervenção federal, em dezembro de 2018. “Os executores foram presos em março (2019). E o Giniton teve também a lealdade de dizer isso na frente do governador (Witzel), que o crime tinha sido elucidado após uma longa investigação de um ano, que muito se devia ao apoio que ele recebeu da intervenção federal. Aí vocês vão me perguntar: mas por que não chegou aos mandantes até hoje? Ah… pergunta para quem veio depois, porque o Giniton foi afastado do caso. Ali havia um planejamento. A gente tinha uma expectativa na linha do tempo para atingir determinados objetivos. O primeiro deles foi deter os executores”, explicou.
As suspeições, conforme ele, indicavam para a participação de políticos ligados à milícia como possíveis mandantes e, o desmonte da equipe de investigadores teria comprometido o andamento das investigações.
Após deixar a secretaria, ele assumiu o Centro de Comunicação Social do Exército e, depois, o Comando Militar do Nordeste, cargo que ocupa até hoje.
Além da equipe policial, as promotoras Simone Sibílio e Letícia Emile, que acompanhavam as investigações, deixaram o caso em 2021. Witzel foi procurado pela reportagem, mas não foi localizado.
Em janeiro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, manifestou-se a favor da federalização do caso.
Mais notícias
-
Política11h59 de 18/11/2025
Jerônimo promove feriadão prolongado para servidores estaduais
Governador da Bahia decretou ainda que servidores deverão compensar falta com horas extras; Prefeitura também faz decreto
-
Política11h40 de 18/11/2025
Governo restitui veículos a proprietários no “Dia D” da Operação Ressonância
Ação visa fortalecer o combate a fraudes veiculares e grupos criminosos
-
Política10h46 de 18/11/2025
Críticas da oposição são bem vindas, desde que construtivas, diz Raimundinho da JR
Deputado rebateu as falas de opositores sobre gestão do governo sobre Segurança Pública
-
Política10h22 de 18/11/2025
‘Seu inimigo hoje é seu aliado amanhã’, diz deputado sobre Cafu Barreto na oposição
O parlamentar afirmou acreditar que o vice-lider da base governista teve seus motivos para "abandonar o barco"
-
Política09h17 de 18/11/2025
Dono do Banco Master é preso suspeito de emissão de títulos de crédito falsos
Daniel Vorcaro foi preso no aeroporto, enquanto tentava embarcar para Dubai
-
Política08h35 de 18/11/2025
Salvador terá botijões de gás gratuito a partir da semana que vem
Projeto do Vale Gás será destinado a famílias de baixa renda de Salvador e outras nove cidades brasileiras
-
Política08h23 de 18/11/2025
STF publica acórdão do julgamento do recurso de Bolsonaro e abre prazo para novos
Corte rejeitou o primeiro recurso da defesa do ex-presidente no caso da trama golpista
-
Política07h53 de 18/11/2025
MP-BA investiga prefeitura de cidade baiana por nepotismo e funcionários fantasmas
Além das denúncias contra servidores públicos, prefeito também tem acusação de promover irregularidades
-
Política06h51 de 18/11/2025
Semob e SSP-BA criam grupo de combate a crimes contra o transporte público
GT terá apoio de entidades estaduais e municipais no combate
-
Política19h39 de 17/11/2025
Jerônimo envia à ALBA pedido de empréstimo para investir em infraestrutura
O documento destaca que os valores estão previstos no Plano Plurianual











