Publicado em 30/06/2025 às 14h25.

Gleisi Hoffmann faz postagem longa após vídeo de Hugo Motta alfinetando o governo

"O Brasil está cansado dessa conversa de cortar políticas sociais, congelar o salário-mínimo e sacrificar os aposentados", disse a ministra

Neison Cerqueira
Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), criticou a iniciativo do Congresso Nacional, que barrou a proposta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre a derrubada do decreto do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A postagem de Gleisi foi feita no X, antigo Twitter, nesta segunda-feira (30). A publicação ganhou repercussão e foi considerada uma resposta ao presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), que afirmou, em vídeo publicado nas redes sociais que, “no momento em que se alimenta o ‘nós contra eles’, se acaba governando contra todos”.

Segundo Hoffmann, “O Brasil está cansado dessa conversa de cortar políticas sociais, congelar o salário-mínimo e sacrificar os aposentados. Isso não é debate sério sobre política fiscal; é defesa de privilégios e injustiças. Este país tem sim distorções históricas que precisam ser corrigidas, mas jogar a conta nas costas da maioria só vai agravar o problema e aumentar a desigualdade”, iniciou a petista.

A chefe de Estado afirmou que o “governo do presidente Lula está fazendo um grande esforço para equilibrar as contas e já conseguimos reduzir o déficit primário de 2,3% em 2023 para 0,09% em 2024”. “E não foi apenas com o aumento da arrecadação, que é resultado do crescimento da economia, dos empregos e do consumo das famílias. As despesas primárias foram reduzidas nestes dois anos, de 19,6% para 18,6% do PIB”, seguiu.

“Não são os investimentos do governo, sociais e em infraestrutura, que pressionam a dívida pública. É a política monetária que herdamos do governo passado, com juros estratosféricos que vão levar essa conta a R$ 1 trilhão este ano. Uma ciranda maluca, que não se justifica diante de uma inflação que está abaixo da média nacional nos últimos 30 anos”, continuou Gelsi.

Para Gleisi, falta esforço para equilibrar as contas, e para isso, é necessária a “contribuição do chamado andar de cima, que não paga imposto pelo rendimento de aplicações financeiros, pelos lucros e dividendos distribuídos aos acionistas, que goza de isenções fiscais injustificáveis e são os que lucram com a escandalosa taxa de juros”, criticou a parlamentar.

A ministra garantiu que a proposta do governo, tem um único objetivo: cobrar um pouco mais de imposto de renda de quem ganha muito, para isentar quem recebe até R$ 5 mil e paga até 27,5% de imposto. “Cobrar imposto sobre rendimentos de aplicações incentivadas e não paga nada. Começar a reduzir os gastos tributários com isenções que não geraram empregos e custaram mais de R$ 600 bilhões em 2024”, pontuou a Hoffmann.

A ministra também jogou a responsabilidade para o Congresso Nacional, que está com as propostas para serem debatidas e aperfeiçoadas. “É cobrar imposto de quem não paga, ou paga proporcionalmente pouquíssimo. Só alcançaremos o verdadeiro equilíbrio, fiscal e social, com justiça tributária”, concluiu Gleisi.

Neison Cerqueira

Jornalista. Apaixonado por futebol e política. Foi coordenador de conteúdo no site Radar da Bahia, repórter no portal Primeiro Segundo e colunista nos dois veículos. Atuou como repórter na Superintendência de Comunicação da Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas e atualmente é repórter no portal bahia.ba.

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