Publicado em 30/06/2025 às 11h39.

Hugo Motta rebate governo sobre IOF e diz que ‘polarização social’ está em curso

Presidente da Câmara afirma que Executivo foi alertado sobre derrota e critica aumento de impostos

Redação
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), publicou nesta segunda-feira (30) um vídeo em suas redes sociais respondendo diretamente ao governo federal sobre a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

“No momento em que se alimenta o ‘nós contra eles’, se acaba governando contra todos”, declarou. “A Câmara, com 383 votos de deputados de esquerda e de direita, decidiu derrubar um aumento de imposto sobre o IOF”, acrescentou.

Hugo também criticou o que chamou de tentativa de instaurar uma nova divisão no país: “A polarização política já tem cansado muita gente e, agora, querem criar a polarização social”.

A fala veio em meio à repercussão negativa no governo federal sobre a votação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a decisão do Congresso foi “flagrantemente inconstitucional” e que o Executivo avalia recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Em um momento do vídeo, o presidente da Câmara responde a uma pergunta exibida na tela: “O governo diz que foi pego de surpresa com a votação do IOF. Fake ou real?” A palavra “fake” aparece na tela, e Motta rebate: “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa, não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento”.

A medida derrubada previa o aumento do IOF, com expectativa de arrecadação de até R$ 10 bilhões em 2025. O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que cancelou a proposta foi aprovado por ampla maioria na Câmara — 383 votos a favor e 98 contrários. No Senado, a votação foi simbólica.

Em sua fala, Hugo Motta também defendeu sua postura como representante do centro político, reagindo a críticas de que atuaria de forma ambígua. “Se a ideia for ruim para o Brasil, eu vou morder. Mas se essa ideia for boa, eu vou assoprar para que ela possa se espalhar por todo o país. Ser de centro não é ausência de posição, é ausência de preconceito”, afirmou.

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