Investigações da PF mostram que empresários pediram ajuda do ‘04’ para encontrar Bolsonaro
Polícia Federal apura possível tráfico de influência cometido pelo filho do presidente

Investigações da Polícia Federal (PF) indicam que empresários recorreram a Jair Renan, filho “zero quatro” do presidente Jair Bolsonaro (PL) para conseguir reuniões com o mandatário e agendas com ministros.
Recentemente, em depoimento à PF, ele negou que tenha feito tráfico de influência e afirmou que pessoas usaram seu nome para obter ganhos pessoais.
Mensagens de WhatsApp obtidas pela PF e divulgadas pelo jornal O Globo, entretanto, indicam que o filho do presidente atuou para favorecer empresários.
Um dos áudios é da arquiteta Tânia Fernandes, que atuou na reforma do escritório de Renan em Brasília e desenvolveu projeto de parceiros comerciais dele no Espírito Santo. Na gravação ela diz que “seria muito interessante” a participação de Jair Renan em uma agenda com empresários no Palácio do Planalto “porque o teu acesso [a Jair Bolsonaro] é mil vezes mais fácil”.
Questionada pelo jornal, a arquiteta confirmou ter feito o pedido ao filho do presidente, mas disse que ele se recusou a se envolver na transação.
Em outro áudio, ela volta a falar que a presença do “zero quatro” pode facilitar o apoio de Bolsonaro a um projeto de construção de casas com pedras de granito, um negócio de interesse dos empresários John Thomazini e Wellington Leite, do Espírito Santo, com quem o filho do mandatário teve um encontro em setembro de 2020.
“Renan amado, eu falei com o Joel, eu vou apresentar o projeto do John quinta-feira de manhã, seu pai vai apresentar o projeto dele quinta-feira de manhã lá pros ministros e tudo mais, e à tarde fazer um passeio com ele e com o Wellington lá na Presidência pra até pra tentar apresentar pro teu pai, entendeu? Pro teu pai recebê-los pra entender, enfim, trocar ali miúdos pra o Exército, Aeronáutica, enfim, a Marinha abraçarem a causa para fazer a primeira vila já experimental, entendeu? E aí seria interessante você muito ir porque o teu acesso é mil vezes mais fácil do que o do Joel né?”, disse Tânia no dia 17 de novembro de 2020.
Segundo o jornal, dois dias depois foi registrada pelo Palácio do Planalto a entrada de Wellington Leite no gabinete pessoal do presidente. O encontro foi registrado pelo próprio empresário, que meses depois publicou uma foto em rede social junto a Bolsonaro, sem mencionar a data em que estiveram juntos.
Em outros diálogos analisados pela PF o personal trainer Allan Lucena diz que Jair Renan seria “padrinho” de projeto das unidades habitacionais tocadas pelo grupo empresarial que lhe doou um carro elétrico no valor de R$ 90 mil. O automóvel foi devolvido após o caso vir à tona.
Em mensagem no WhatsApp, datada de setembro de 2020, ele disse a Tânia: “A gente já fez isso”. A arquiteta, então questiona: “Já fez o quê?”. E ele responde: “Levar amigos empresários em ministros”.
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