Publicado em 02/06/2016 às 09h42.

Ismerim diz que candidatos de 2016 vão ser ‘bucha de canhão para o futuro’

Um dos tops em direito eleitoral na Bahia, advogado vaticinou um cenário sombrio para os candidatos das eleições deste ano

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Sérgio Machado pode concorrer a um Prêmio Grammy este ano: todas as suas gravações são sucessos!”

Luiz Fernando Veríssimo, escritor brasileiro

Advogado Ademir Ismeril (Foto: Rafael Gusmão).

 

Em rápida palestra para vereadores baianos, ontem, na inauguração da Sala do Vereador na Assembleia, o advogado Ademir Ismerim, um dos tops em direito eleitoral na Bahia, vaticinou um cenário sombrio para os candidatos das eleições deste ano.

Disse que a mal ajambrada reforma política feita por Eduardo Cunha e mais a decisão do STF, que proibiu o financiamento privado de campanha, foram iniciativas tão a toque de caixa que em 2016 teremos as eleições mais judicializadas da história.

Ou seja, os limites de gastos impostos são irreais. Em cada município, o teto não pode passar de 70% do maior gasto declarado na campanha anterior.

Como todo mundo sempre gasta mais do que o declarado, é evidente que nossos candidatos deixarão rabos de palha aos montes. É só riscar o fósforo.

Caixa 2

A tradição no Brasil é o eleitor tomar dinheiro dos políticos, nunca dar. A lei este ano pretende que seja o inverso. Cada cidadão pode doar até 10% do rendimento líquido declarado no Imposto de Renda:

— A lei está levando os políticos a se tornarem bandidos com a adoção do caixa 2.

Cobaias

A legislação atual jamais seria aplicada nas eleições de 2018, por exemplo, por falta de condições objetivas de ser cumprida:

— Vocês vão ser bucha de canhão para ver como é que fica.

Ou seja, os candidatos de 2016 serão cobaias. Vão rolar as eleições e os políticos de Brasília tirarão suas conclusões para ensejar mudanças futuras, sabe lá Deus quais são.

Antônio Imbassahy, líder do PSDB na Câmara (Foto: Divulgação/PSDB).

 

Fora Cunha

Se depender dos votos da grande maioria dos 39 deputados federais baianos na Câmara, os dias de Eduardo Cunha estão contados. Ele já era inimigo declarado dos aliados de Dilma e agora também é dos de Temer.

Antônio Imbassahy, líder do PSDB na Câmara, diz que, se o pedido de cassação chegar ao plenário, Cunha não terá chance:

— Com o voto aberto, poucos vão se arriscar a pagar o desgaste de apoiá-lo.

Mas, sabe-se lá por que, ele tem alguns simpatizantes na baianada.

O rabo da JAC

Quando tudo sobre a vinda da JAC Motors para a Bahia ainda eram flores, Márcio Pires, consultor empresarial, já preconizava: “Não vai dar certo por se tratar de uma jogada de Sérgio Habib para tirar proveito’.

De São Paulo, ontem, Márcio disse que o tombo está aí: só do governo baiano, os incentivos chegam a R$ 500 milhões. Habib teria que devolver, mas: se diz que Habib já se desfez de todos os seus bens.

Márcio diz que o caso ainda vai feder mais.

— Ainda vai feder muito mais.

Sofrimento ao quadrado

Uma cidadã agredida pelo marido procurou a Delegacia de Proteção à Mulher, no Engenho Velho de Brotas, e saiu horrorizada.

Passou horas esperando atendimento e, enquanto isso, viu um quadro desolador, como sanitários fétidos. Sofreu em dobro.

Prefeita de Porto Seguro, Cláudia Oliveira (Foto: Reprodução/Facebook).

 

Na terra máter

A prefeita de Porto Seguro, Cláudia Oliveira (PSD), vinha disputando a preferência do eleitorado da terra máter com a vereadora Roberta Cayres (PPS), até que a notícia de que Lúcio Pinto (PMDB), irmão do ex-prefeito Ubaldino Pinto, foi inocentado do processo que respondia por abuso do poder radiofônico, caiu como uma bomba.

Resultado: Lúcio é candidatíssimo. E deu uma reviravolta no jogo lá.

Jânio definido

Em 2012, lá em Porto Seguro, Cláudia Oliveira teve 20.622 votos (36,55%);, Lúcio, 17.240 (30,45%); e Jânio Natal (PTN), ex-prefeito, hoje deputado estadual, 14.361 (25.45%).

Jânio já disse: está fechado com Lúcio. O que quer dizer: em tese, o beneficiário é Lúcio, mas lá, a disputa é da boa.

Contas de Wagner

Por 33 votos a 13 e uma abstenção, a Assembleia aprovou ontem as contas de 2014 de Jaques Wagner. O processo se arrastou. Os governistas queriam a unanimidade, que acabaram não tendo.

O deputado Zé Neto (PT), líder do governo, reclamou de a oposição votar contra.

— É picuinha. Aprovamos as contas de Paulo Souto sem problemas.

Adolfo Viana (PSDB), oposicionista, disse que foi um protesto:

— O governo não liberou as emendas impositivas.

 

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.