Sob ameaça de racha, Jerônimo diz que Coronel foi ‘infeliz’ por ligar o PT ao nazismo

O governador Jerônimo Rodrigues classificou como “infeliz” as declarações do senador Angelo Coronel (PSD) comparando o PT baiano ao nazismo diante da possibilidade de ser escanteado da chapa majoritária de 2026. Ao defender uma composição “puro sangue”, com os petistas Jaques Wagner e Rui Costa nas duas vagas ao Senado, o partido age tal qual Adolf Hilter, ditador alemão que pregava a hegemonia de uma “raça pura”, segundo Coronel.

Questionado nesta sexta-feira (25) sobre a comparação, Jerônimo rechaçou as palavras do senador.

“Eu não ouvi, mas, se o fez, é uma comparação muito infeliz comparar um partido que ajudou ele a se eleger ao nazismo. O nazismo tem que ser banido da história”, disse Jerônimo em entrevista à rádio Princesa FM 96,9, de Feira de Santana.

“A gente deverá analisar porque realmente é se ele quer ser o candidato ao senado, ninguém tá dizendo que ele tá fora. Tem uma construção sendo feita, eu como governador tenho que dirigir, coordenar isso. Acho que nenhum senador, nenhum político, com a magnitude que nós temos que ter, tratar um partido comparado ao nazismo. Isso é uma história muito manchada da história do mundo ao nazismo”, afirmou o governador.

“Eu, na condição de governador, de líder desse grupo, preciso ter calma para poder não desagregar.”

Publicamente, o ministro Rui Costa (Casa Civil) e o senador Jaques Wagner têm se colocado como possíveis candidatos ao Senado —Wagner na disputa pela reeleição.

Ao criticar o plano petista a favor de uma chapa “puro sangue”, Coronel também ameaçou romper a aliança com o partido. “ O PSD não concorda com isso [do PT ter três nomes na chapa]. Nós somos aliados, e a aliança sempre tem um prazo de validade. Se o grupo que está dominando a Bahia, está com o poder, achar que deve excluir o PSD da chapa, Angelo Coronel, vamos sentar com o diretório estadual e nacional para ver qual o rumo que vamos tomar”, afirmou o senador em entrevista à rádio 95 FM, de Jequié na última quarta-feira (23).

Um dia depois, em um evento no Tribunal de Justiça da Bahia, o senador fez uma mea-culpa e disse ao portal BNews ter sido alvo de uma “má-interpretação”.