Lula minimiza tensão com o Congresso após crise do IOF e defende diálogo

Presidente diz que relação com o Legislativo é sólida e vê divergências como oportunidade para negociação

Redação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou, nesta sexta-feira (4), os atritos recentes com o Congresso Nacional provocados pela revogação do decreto que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Durante evento no Rio de Janeiro, Lula afirmou que divergências são oportunidades para o diálogo.

“Parece que tem uma guerra entre o governo e o Congresso. Eu sou muito agradecido à relação que tenho com o Congresso. O Congresso aprovou 99% das coisas que mandamos. Quando tem uma divergência, é bom para a gente sentar à mesa, conversar e resolver”, declarou o presidente.

A declaração foi feita durante o anúncio de investimentos da Petrobras no setor de refino e petroquímico no estado do Rio, no valor de R$ 33 bilhões.

Lula também comentou sobre o cenário político e os movimentos da oposição, sugerindo que já há articulações pensando nas eleições presidenciais de 2026. “Eles não sabem o que eu estou pensando. Se preparem porque, se tudo estiver como eu estou pensando, este país vai ter, pela primeira vez, um presidente eleito quatro vezes”, afirmou.

No último dia 25 de junho, o Congresso derrubou o decreto presidencial que aumentava o IOF — a primeira vez em mais de 30 anos que um decreto do tipo foi revogado pelo Legislativo. A última ocasião semelhante foi em 1992, durante o governo Collor.

A revogação foi aprovada por 383 votos a 93 na Câmara, e confirmada pelo Senado em votação simbólica. A decisão representou uma derrota significativa para o governo, que reagiu acionando o Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a medida.

Nesta sexta-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, suspendeu tanto o decreto presidencial quanto os atos do Congresso e convocou uma audiência de conciliação entre os Poderes para o próximo dia 15 de julho.