Publicado em 29/05/2025 às 13h20.

Marina Silva cobra atuação do Senado após ataques e diz que tomará atitudes judiciais

Na ocasião, a ministra se retirou do local, após ouvir, em meio a bate-boca, o senador Plínio Valério (AM), dizer que ela não merecia respeito como ministra

Redação
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

 

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, classificou como inaceitáveis os ataques que sofreu durante uma sessão da Comissão de Infraestrutura (CI) no Senado Federal, na terça-feira (27), e afirmou que tomará atitudes no “momento oportuno”. Na ocasião, a ministra se retirou do local, após ouvir, em meio a bate-boca com senadores, o líder do PSDB, senador Plínio Valério (AM), dizer que ela não merecia respeito como ministra.

“Os mecanismos de autocorreção precisam ser acionados, porque não é só uma questão daquele indivíduo que está desonrando o seu mandato e os seus eleitores, mas toda a Casa está sendo ali vituperada. É inaceitável para uma instituição, qualquer que seja ela, ainda mais o Senado da República”, afirmou a ministra em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.

“Meus advogados já estavam trabalhando desde a primeira agressão do senador Plinio [Valério]. Recebi também a solidariedade do Ministro [Jorge] Messias, da Advocacia-Geral da União”, completou.

Segundo a reportagem, durante outra sessão, Plínio Valério já havia afirmado que desejava “enforcá-la”, referindo-se a ministra. Na época, Marina exigiu desculpas e deixou a reunião após o parlamentar se recusar a fazê-lo.

Após os ataques sofridos na sessão desta terça, Marina recebeu apoio em série de parte da base do governo, sobretudo de parlamentares e ministras mulheres e do PT.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, ligou para ele após o incidente. Durante a ligação ele defendeu a atitude da ministra. A primeira-dama Janja também prestou solidariedade a ela publicamente.

“Não fui convidada por ser mulher. Fui convidada como ministra. Como convidada dei a chance de ele pedir desculpas, e aí permaneceria na reunião. Como pessoas que não respeitam a democracia, as mulheres, os indígenas, o povo preto, não são afeitas a pedir desculpas, ele disse que não ia se desculpar, e obviamente que me tirei da audiência”, disse ela, após o episódio.

“O que não pode é alguém achar que, porque você é mulher preta, vem de trajetória de vida humilde, que você vai dizer quem eu sou e dizer que devo ficar no meu lugar. Meu lugar é onde todas as mulheres devem estar”, afirmou.

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