Publicado em 29/05/2025 às 10h59.

Marta diz que prefeito ‘agride’ professores ao encerrar diálogo sobre reajuste salarial

"Ele tinha que negociar, mas é o contrário do que ele faz", disse a vereadora

André Souza / Carolina Papa
Foto: André Souza/bahia.ba

 

A vereador Marta Rodrigues (PT) voltou a criticar o prefeito Bruno Reis (União Brasil) pela ausência de diálogos com os profissionais de educação do município diante da greve dos professores. De acordo com a edil, o gestor da capital baiana precisa rever como o projeto de reajuste salarial foi construído, uma vez que a proposta foi aprovada de “forma acelerada” pela base governista na Câmara. 

“No período de intensidade da greve e que mandou o projeto para Câmara, ele [Bruno Reis] acabou sumindo e apareceu agora. As emendas aprovadas na Câmara nós não conseguimos acompanhar a leitura, foi feito de forma acelerada. Nossas emendas foram rejeitadas. O plano de salário do magistério foi fatiado. Isso é grave. O prefeito faz todas essas emendas e não dialoga com a APLB-Sindicato”, disse Marta em entrevista ao bahia.ba, nesta quinta-feira (29).

A proposta que reajusta em até 9.25% o salário dos professores foi aprovada em 22 de maio sob protestos de servidores municipais. Marta Rodrigues classificou que Bruno Reis tem “agredido ainda mais” a categoria. Na terça-feira (27), Bruno Reis informou ter “sepultado” o assunto.

A APLB-Sindicato decretou greve em 6 de maio. Ainda no início do mês, a Justiça declarou como ilegal a greve dos professores de educação da rede municipal de ensino de Salvador, sob multa diária de R$ 15 mil ao sindicato.

“Ele tinha que negociar, mas é o contrário do que ele faz. Ele acaba agredindo ainda mais [os professores]. A APLB-Sindicato tem tomado todos os cuidados. […] A mobilização é para sensibilizar o diálogo e o prefeito rever como tudo isso foi construído e da forma como foi. A categoria sempre esteve aberta a entender o orçamento”, destacou. 

“A Justiça que considerou [a greve] ilegal. O Ministério Público negocia, escuta como um mediador, guardião da sociedade. […] A greve é o último recurso da categoria, a categoria não quer fazer greve, greve tem esse desgaste. Tudo isso é um prejuízo tanto para a categoria, quanto para os estudantes. Quem tem a caneta na mão é ele [Bruno Reis]. Ele pode chamar seu secretariado para rever isso”, acrescentou.

A vereador disse ainda reconhecer que a oposição “é minoria” dentro da Casa, mas pede para que o “rito e o debate” sejam respeitados dentro da CMS. 

“Nós respeitamos o rito, sabemos que somos minoria e que vamos perder, mas nós queremos que o rito e o debate sejam respeitados. Isso é da democracia. Nós temos lado. O nosso lado é o do povo que mais precisa”, finalizou.

André Souza

Jornalista com experiência nas editorias de esporte e política, com passagens pela Premier League Brasil, Varela Net e Prefeitura Municipal de Laje. Apaixonado por esportes e música, atua atualmente como repórter de Política no portal bahia.ba.

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